Por Flávio Dino
Publicado no Jornal Pequeno
"Nada é permanente, exceto a mudança'. Com essa frase, que circula há 2.500 anos em nossos ouvidos, o filósofo Heráclito resumiu, na Grécia antiga, a tendência das forças do universo e de nós mesmos, seres humanos, de estarmos em constante movimento. Movimento de ideias, de opiniões, mas, principalmente, movimento em direção a condições melhores de vida, para nós e nossos concidadãos.
O caráter inevitável da mudança torna ineficaz o esforço de algumas pessoas, especialmente as beneficiadas por uma determinada situação, em manter as coisas exatamente como estão. Lembra a imagem de alguém tentando conter o buraco de uma gigantesca represa apenas com suas frágeis mãos.
É impossível conter a onda da mudança, principalmente quando esse processo toma corpo como um movimento de muitos, com a adesão de milhões de corações e mentes. Como aprendi a dizer na minha juventude: 'o povo unido jamais será vencido'.
Mas, em todo processo de mudança, sempre haverá as vozes do medo. Quando começa a tomar peso um processo de alteração do status quo da sociedade, erguem-se as vozes dos poderosos para dizer que aquele processo é perigoso, 'uma aventura' ou que falta experiência aos que buscam mudança. Contudo, quando a esperança vence o medo, podemos ver sempre que os resultados são bem melhores.
No campo da política, olhemos em torno de nós, por exemplo. Em Pernambuco, Eduardo Campos é um bom exemplo de mudança bem-sucedida no campo da política. O governo pernambucano passou anos nas mãos de um mesmo grupo governante. A posse de Eduardo injetou ânimo na política pernambucana e colocou o estado em um impressionante trilho de crescimento. O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de Pernambuco cresceu de 0,5581 para 0,6902. A melhoria tirou Pernambuco do quadro de 'regular' para o de 'desenvolvimento moderado', onde está o restante do país.
No Ceará, uma série de mudanças foram responsáveis por uma modernização impressionante do estado. Antes entregue ao coronelismo, o estado passou por uma reviravolta elegendo governador o então jovem empresário Tasso Jereissati, alterando a estrutura de poder local. Agora, o estado passa novamente por um processo de mudança, com a ascensão do governador Cid Gomes. Também lá houve melhoria da qualidade de vida das pessoas. O IDH do Ceará subiu de 0,53 em 2000 para 0,71 em 2009.
O que vemos, em todos esses casos, é que a alternância de poder faz bem a todos os setores sociais, que podem exercer seus talentos e vocações sem o peso oligárquico. A estrutura de poder dos coronéis desestimula os bons empresários, cria uma casta de 'apadrinhados', ignora o mérito dos trabalhadores, gera corrupção e pobreza. É ao que assistimos no Maranhão. Aqui o IDH caiu! Ou seja, os novos governantes colocaram Pernambuco e Ceará na mesma sintonia do restante do país, em que a qualidade de vida melhorou com Lula e Dilma. Aqui no Maranhão, com o poder dos grupos oligárquicos e dos coronéis, continuamos a ser o último vagão do trem.
Em meio a este cenário triste pode-se ouvir o clamor de mudança tomando as ruas. E, neste novo momento que está nascendo, teremos um Maranhão de todos nós.
Flávio Dino, 43 anos, é presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), foi deputado federal e juiz federal