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terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Os melhores países do mundo para se viver apresentam uma quantidade expressiva de servidores públicos

Fonte: https://www.superlistas.net/os-15-paises-com-mais-servidores-publicos-no-mundo/
Por Welliton Resende
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De maneira geral, nós brasileiros entendemos que quantos menos servidores públicos melhor. Aquela imagem clássica estereotipada cunhada pelo extinto programa humorístico Casseta e Planeta da Rede Globo, que foi ar no anos 2000, ajudou a disseminar a ideia equivocada de procrastinação e papelório no serviço público.
Contudo muitos países de primeiro mundo tem um número expressivamente maior que o nosso em termos de servidores públicos/ população. A OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico publicou um estudo com os países que mais possuem servidores públicos no mundo, o número é sobre o percentual da população total:
1 – Noruega – 30 % da população é composta por funcionários públicos.
2 – Dinamarca – 29.1 %
3 – Suécia – 28.6 %
4 – Finlândia – 24.9 %
5 – França – 21.4 %
6 – Canada – 18.2 %
7 – Grécia – 18 %
8 – Reino Unido – 16.4 %
9 – Espanha – 15.7 %
10 – Estados Unidos da América – 15.3 %
11 – Itália – 13.6 %
12 – Turquia – 12.4 %
13 – Alemanha – 10.6 %
14 – Coréia do Sul – 7.6 %
15 – Japão – 5.9 %

  
O Brasil possui cerca de 3,12 milhões de servidores públicos federais. O que significaria cerca de 1,6% da população brasileira. Se o serviço público acabar, a maior parte da população vai ficar sem hospitais, escolas e segurança.  

O movimento a ser realizado, como se pode ver na lista acima, é exatamente o contrário: investir no serviço público.


sábado, 28 de abril de 2012

Combate à corrupção, uma luta de todos

Dia do Basta à Corrupção em São Luís-MA

 Por Alexandre Pereira Rocha



O combate à corrupção é parte fundamental do processo de consolidação do regime democrático. Assim, cada vez mais nações de todo mundo se preocupam com o problema da corrupção. Tanto que, atualmente, o problema suplanta os limites dos Estados e torna-se numa questão transnacional. Daí organismos internacionais vêm formulando documentos no intuito de unificar os métodos de enfrentamento à corrupção.

De forma conceitual, a corrupção é um comportamento que contraria a ética, a moralidade, a tradição, a lei e a virtude civil. De forma prática, ela é o uso da posição pública de um indivíduo para proveitos pessoais ilegítimos. Isso ocorre tanto na esfera privada como na pública e, geralmente, envolve conluio entre indivíduos dos dois setores. Ou seja: "a corrupção é o comportamento de indivíduos privados ou de funcionários públicos que se desviam de responsabilidades estabelecidas e usam sua posição de poder para servir a objetivos particulares e assegurar ganhos privados".

Em 1996, a Organização dos Estados Americanos (OEA) firmou a Convenção Interamericana Contra a Corrupção (CICC). Nela, a luta contra a corrupção foi considerada uma das peças-chave para o fortalecimento da democracia e o desenvolvimento econômico. Essa convenção é pioneira no gênero, pois se constituiu no primeiro tratado inter-regional versando sobre o problema da corrupção.

No ano seguinte, em 1997, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) firmou também uma Convenção Anticorrupção. Essa convenção se destaca por priorizar o enfrentamento da corrupção no setor público. Aliás, admoestou para que os países adaptem suas legislações com o fito de criminalizar a corrupção de servidores públicos, inclusive de servidores estrangeiros.

Nesse corolário, mais de 110 países assinaram a Convenção da Organização das Nações Unidas (ONU) contra a Corrupção, em 2003. De acordo com Giovanni Quaglia, representante do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC), a corrupção é um problema mundial que requer respostas de igual dimensão. A globalização ocasionou a inter-relação das nações. De um lado isso trouxe benefícios, como o alastramento da tecnologia e da informação. De outro, malefícios, como a internacionalização das práticas delituosas. A corrupção se insere neste último caso, uma vez que atitudes corruptas operadas num país podem afetar outros. O combate a elas, portanto, precisa de medidas coletivas.

Os tratados anticorrupção não têm aplicabilidade imediata. Afinal, dependem de ratificações pelos países signatários, ou seja, implementação via legislações nacionais. Por certo, os tratados se constituem num esforço coletivo de vários Estados, os quais embarcam na missão de controlar e prevenir a corrupção, de enfrentá-la de forma integrada. Tal empresa mostra a gravidade do problema, o qual ocupa papel de relevo na agenda mundial, semelhante à questão do meio ambiente e à do terrorismo.

O Brasil é participante das convenções mencionadas, mas nem por isso o país está livre da corrupção. Aliás, nos últimos anos o problema parece ter se agravado, pois os escândalos de corrupção - notadamente no setor público - sucedem-se de forma alarmante. Nada obstante, não é a corrupção que aumentou, porquanto é o combate e a divulgação dela que se intensificaram.

As legislações e as instituições brasileiras evoluíram no combate à corrupção, malgrado a impunidade. Hoje há vários meios de acompanhar os gastos públicos. Bem como instituições aptas a investigar e receber denúncias. Nesse campo se destacam Ministério Público, Receita Federal, Tribunal de Contas da União e Controladoria Geral da União (CGU). Este último órgão, inclusive, foi criado em 2001 com a precípua função de defender o patrimônio público, de prevenir e combater à corrupção.

A criminalização da corrupção pode ser feita por atos, isto é, leis, normas e tratados, todavia o combate é processo contínuo a ser observado por todos. Essa é uma guerra justa. Afinal os dividendos são repartidos democraticamente pela comunidade internacional, pela humanidade. Destarte, cabe aos governos e à sociedade civil de cada Estado lutar pela universalização de uma cultura anticorrupção, a qual transcenda fronteiras, poderes e interesses.