Por Welliton Resende
Segundo Bauman (1925 – 2017), até a década de
1950 os laços de identificação entre as pessoas traziam a ideia de perenidade, certezas e a sensação de
segurança. A era sólida.
Com a instabilidade econômica mundial, o
surgimento de novas tecnologias e a globalização, se perdeu a ideia de controle
sobre os processos do mundo, trazendo incertezas quanto a nossa capacidade de
nos adequar aos novos padrões sociais.
Nessa passagem do mundo sólido ao líquido, Bauman
chama atenção para a liquefação das formas sociais: o trabalho, a família, o
engajamento político, o amor, a amizade e, por fim, a própria identidade.
Essa situação produz angústia, ansiedade constante
e o medo líquido: temor do desemprego, da violência, do terrorismo, de ficar
para trás, de não se encaixar nesse novo mundo, que muda num ritmo hiperveloz.
Nesse contexto, as relações afetivas se dão por meio de laços momentâneos e volúveis e se tornam superficiais e pouco seguras (amor líquido). Exemplo disso seriam os relacionamentos virtuais em redes.
Em síntese, a modernidade líquida é
um tempo dominado pelo imediato, pelo individualismo e pelo consumo. Em relação ao Estado e à regulação social, ela acarreta:
I-Separação
entre poder e política;
II-O
Estado perde força, os serviços públicos se deterioram e muitas funções que
eram do Estado são deixadas para a iniciativa privada e se tornam
responsabilidade dos indivíduos;
III-Para
o sociólogo, não existe mais o conceito tradicional de proletariado. Emerge o
“precariado”, termo que Bauman usou para se referir a pessoas cada vez mais escolarizadas,
mas com empregos precários e instáveis;
IV-Agora
a luta não é de classes, mas de cada pessoa com a sociedade.
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