Mostrando postagens com marcador riqueza. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador riqueza. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 21 de abril de 2020

Pobreza e degradação ambiental, as duas faces da mesma moeda



Por Welliton Resende

Existe uma correlação muito forte entre pobreza, entendida como um processo de exclusão social, e a degradação ambiental. Antes de adentrarmos, vamos saber o que significa degradação ambiental?

Degradação ambiental é uma área que se encontra com vegetação destruída e/ou removida, em consequência a fauna é expulsa do seu habitat. Também ocorre quando a camada do solo fértil é perdida, removida ou coberta, afetando a vazão e qualidade ambiental dos corpos superficiais e/ou subterrâneos. Ou seja, alterando as características físicas, químicas e biológicas da área, afetando seu potencial sócio-econômico.

Em estado de carência as pessoas se utilizam dos recursos naturais de forma predatória até a sua exaustão. Por exemplo, o desempregado vai ao mangue e corta as árvores para fazer carvão para aquecer as churrasqueiras da elite.
No entanto, não há como exigir de famílias em estado de pobreza absoluta um outro comportamento.

Os ricos, por seu turno, com seu consumo ostentatório e desenfreado têm um potencial de degradação muito maior.

A saída para equação diabólica: aos pobres, inserção no processo de produção que viabilize uma renda compatível com uma existência digna; aos ricos, trabalho de conscientização para que repensem hábitos de consumo exagerado e desnecessário.

domingo, 29 de março de 2020

O que faz pessoas “perdedoras” ou “vencedoras”?



Por Welliton Resende

Na sociedade moderna os indivíduos acreditam que são sujeitos do próprio destino, mas não o são apenas em um nível muito pequeno. As pessoas acreditam tolamente em uma “igualdade de oportunidades” para quem quer “vencer na vida”.

Em verdade, o caminho dos “vencedores” já está pré-decidido por vantagens acumuladas desde o berço. A ideologia da    “meritocracia” é um completo engano e transforma privilégio social em “talento individual”.

Você, atento leitor(a), crer mesmo que o filho de um carroceiro e o de um médico terão as mesmas oportunidades em um dos países mais desiguais e injustos do planeta (Brasil)?

Na competição desenfreada da sociedade moderna, adquire todo sentido o pensamento de Axel Honneth - filósofo e sociólogo alemão- sobre a importância das relações afetivas e emocionais familiares como pressuposto para o exercício do trabalho pelo indivíduo.

Nesse sentido, como o filho do carroceiro, pegado como exemplo, que nunca viu o pai lendo, apenas fazendo serviços braçais e brincando com os instrumentos desse tipo de trabalho, pode ter sucesso escolar?

Nessa linha de pensamento,  as crianças das classes inferiores já chegam à escola como “perdedoras”, enquanto as crianças da classe média já chegam “vencedoras” pelo exemplo e estímulo paterno e materno efetivamente construído.

Jessé Souza (2015) revela, por meio de pesquisa acadêmica, que nas “classes populares” os exemplos bem-sucedidos na família são muito mais escassos, quando existentes. Quase todos necessitam trabalhar muito cedo e não dispõem de tempo para estudos, o alcoolismo, fruto do desespero com a vida, ou abuso sexual sistemático, são muito relatados.

Assim, a tríade disciplina, autocontrole e pensamento prospectivo (visão de futuro), que são pressupostos básicos de qualquer aprendizado na escola ou no mercado competitivo, é parcial e incompleto, ou até inexistente, nas classes populares.

Portanto, o domínio permanente de classes sobre outras exige que as classes dominadas se vejam como “inferiores”, preguiçosas, burras, menos capazes, menos éticas...

Por fim, se o dominado socialmente não se convencer da sua inferioridade, não existe dominação social possível. RESISTÊNCIA!!!


29/03/2020

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Sem corrupção, o brasileiro poderia ser até 27% mais rico


Propina, mensalão, superfaturamento, dinheiro na meia ou na cueca. Tudo isso faz o Brasil perder, por ano, entre R$ 41,5 bilhões e R$ 69,1 bilhões, segundo estudo do departamento de competitividade e tecnologia (Decomtec) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Numa escala de zero a 10 feita pela ONG Transparência Internacional – pela qual quanto menor a pontuação, maior é o índice de corrupção – o país tem 3,7 pontos. Se tivesse a mesma pontuação das nações menos corruptas (7,45), o brasileiro poderia ser 15,5% mais rico.

O levantamento mostra que, hoje, cada brasileiro recebe em média R$ 14,47 mil por ano, e passaria a receber R$ 16,71 mil, ou seja, 4,4 salários mínimos a mais. Se a corrupção não existisse, o aumento da renda per capita (R$ 18.388) seria de 27%, o equivalente a quase oito salários mínimos a mais.


“Se o nível de corrupção no país diminuísse, mais recursos seriam liberados para as atividades produtivas, o que poderia gerar mais empregos, mais infraestrutura e um maior crescimento econômico, o que se traduz em ganhos de competitividade”, afirma o diretor do Decomtec, José Ricardo Roriz.

Na opinião do professor da área de administração pública do Ibmec, Miguel Augusto Barbosa Dianese, a produtividade é totalmente afetada, uma vez que os recursos desviados deixam de ser aplicados em melhorias para a população.

Simulações feitas pela Fiesp mostram que, com os R$ 69,1 bilhões perdidos com a corrupção, o governo poderia ampliar o número de alunos matriculados na rede pública em 47%, ou elevar a quantidade de leitos para internação do SUS em 89%.

Dianese destaca que, quanto maior o índice de corrupção, pior fica a imagem do país no mercado internacional e menor será a captação de investimentos estrangeiros. De acordo com ele, uma das soluções para reduzir a ação de corruptos é acabar com a prática da carta-convite. Por esse modelo, em vez de realizar uma licitação, o governo tem a opção de convidar três empresas a apresentarem propostas para o serviço a ser contratado.

“É o gestor que escolhe quem convidar. Se fosse pelo processo de licitação, com a publicação de editais em jornais de grande circulação, a competitividade seria maior e seria mais fácil evitar favorecimentos”, avalia.

Fonte: Portal o Tempo