Mostrando postagens com marcador Leonardo Valles Bento. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Leonardo Valles Bento. Mostrar todas as postagens

domingo, 21 de abril de 2013

O que está por trás da PEC 37

Por Leonardo Valles Bento*

O problema da PEC 37 é que as polícias estão subordinadas ao Executivo. No caso da polícia civil, ela é subordinada à Secretaria de Segurança Pública do Estado. O Secretário de Segurança Pública é nomeado pelo Governador.

Então,eu imagino que a polícia civil não vai investigar a fundo, por exemplo, casos de corrupção que envolvem diretamente o governo. Ou então investigar crimes ambientais praticados por empresas que financiaram sua campanha. A polícia é orientada a não criar problemas para o governo. Já no MP, seus membros tem mais independência.

Um dia desses, esteve pelo Brasil um juiz italiano que participou da operação "Mãos Limpas", que prendeu vários integrantes da máfia siciliana (cosa nostra). Ele disse que uma das razões do sucesso da operação é que na Itália a polícia é subordinada ao Ministério Público e não ao governo, o que diminui a influência política na investigação. 

Ele sugeriu que isso fosse feito no Brasil. Aí sim você se poderia dividir claramente os papeis da polícia e do MP. Mas do jeito que é, se só a polícia tiver poderes para investigar, na prática, aumenta-se o controle dos políticos (do governo) sobre as investigações criminais.


Leonardo é doutor em Direito e auditor da CGU

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

CGU recebe estudantes da UEMA para visita técnica



Fonte: NAP

Cerca de 25 alunos do curso de Educação à Distância (UEMANET) do Polo de São José de Ribamar, visitaram a Controladoria-Geral da União na tarde desta quarta-feira, 19.

Segundo a tutora, Danielle Marinho, o objetivo da visita foi conhecer o funcionamento da CGU e dotar os alunos de uma visão crítica acerca de temas atuais como: ética, controle social, transparência pública e Lei de Acesso à Informação.

De acordo com o professor da UEMA, Airton Feitosa Cunha, a visita técnica foi um marco na história dos cursos de educação à distância da instituição. "Esperamos voltar outras vezes à CGU", informou o professor. 

Visivelmente emocionada, Keila Veras, chefe da CGU-Substituta, agradeceu a presença de todos e disse: "Precisamos do engajamento de vocês alunos no controle social dos recursos públicos".

Em seguida, os estudantes da UEMA assistiram a palestra "Ética no serviço público", que foi proferida pela Dr. Leonardo Valles Bento, auditor e professor universitário. 

E para fechar a programação, Welliton Resende, auditor e coordenador do Núcleo de Prevenção à Corrupção da CGU-MA, ministrou uma oficina prática de consulta ao portal da transparência da CGU e ao Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (CNES). "São belos exemplos de transparência ativa", frisou Resende.

Em tempo, esta é a segunda visita técnica que a Unidade Regional da CGU no Maranhão recebe. A primeira delas ocorreu em 12/06 e contou com a presença de estudantes do IFMA do Campus do Município de Buriticupu.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O caso Isadora Faber: sim, nós podemos!


Por Leonardo Valles Bento

Acompanhei com muito interesse, ao longo da última semana o caso da adolescente Isadora Faber, de treze anos, estudante da Escola Básica Maria Tomázia Coelho, da rede pública de Florianópolis, que criou uma página no facebook ("Diário de Classe") para denunciar com fotos as precárias condições da escola. Interessei-me pelo assunto não só pelo mérito da questão, mas por se tratar da cidade em que nasci e vivi uma parte significativa da minha vida.

O episódio que transformou a garota em celebridade e num fenômeno das redes sociais é inspirador e carregado de simbologia, deixando lições valiosas, as quais pretendo deixar aqui registradas. Nele se encontram todos os capítulos característicos de um caso verdadeiramente emblemático:

Capítulo 1 - uma estudante decide tomar uma inciativa: começa a divulgar informações sobre o seu cotidiano escolar como forma de protestar e, quem sabe, contribuir para melhorar a sua realidade. Fez isso por meios simples, ao alcance de qualquer um, sem bazófia, nem espalhafato.

Capítulo 2 - a retaliação das autoridades: a estudante é ameaçada por professores e direção, que não desejam que verdades sejam expostas, e instada a tirar a página do ar.

Capítulo 3 - a repercussão na imprensa: o caso chama a atenção de sites de notícias (UOL e Estadão) e ganha repercussão nacional.

Capítulo 4 - a indignação da opinião pública: a opinião pública brasileira, ao contrário do que muita gente imagina, reage à imoralidade do fato e vem em apoio à causa da estudante.

Capítulo 5 - o recuo das autoridades: constrangidas, as autoridades públicas agora declaram seu apoio tardio e forçado à iniciativa, anunciando inclusive reformas na escola.

Trata-se, como se pode perceber, de um ciclo, que chama atenção pelo caráter típico. Trata-se de um case de cidadania e controle social. O que esse ciclo (Iniciativa - Retaliação - Mobilização da opinião pública - Recuo das autoridades) nos ensina é que:

1. Faça você mesmo: apesar da expressão controle social, a verdade é que ele se baseia em iniciativas advindas de atitudes individuais. Se nós não reivindicamos os nossos direitos no cotidiano, individualmente, mas suportamos calados a violação, não há controle social, e a corrupção continuará nadando de braçada por aí. Há muita coisa que nós podemos fazer para melhorar o cotidiano da nossa comunidade, sem esperar pelos outros. As redes sociais são uma ferramenta importante.

2. Informação é poder: nada intimida mais gestores e demais autoridades públicas do que cidadãos dispostos a por a boca no trombone, principalmente se o fato denunciado tiver a possibilidade de chamar a atenção da imprensa.

3. A repercussão faz a diferença: a possibilidade de uma denúncia ou reivindicação dar resultado é diretamente proporcional à capacidade do fato mobilizar a atenção da opinião pública e da mídia, aqui incluídas as redes sociais.

Sim, nós podemos!


quarta-feira, 21 de março de 2012

Estudantes da UNDB apresentam propostas em conferências livres

Estudantes da UNDB, São Luís-MA

Ontem, dia 20, estudantes da Universidade Dom Bosco-UNDB se reuniram para realizar 2 conferências Livres sobre Transparência e Controle Social. Organizadas pelo professor Leonardo Bento, que é titular das cadeiras Direito Administrativo I e II e também auditor da CGU, as conferências livres foram realizadas nos turnos vespertino e noturno no auditório da universidade.

À tarde, os cerca de 50 estudantes  presentes debateram e apresentaram propostas para melhorar a "Promoção da transparência pública e acesso à informação e dados públicos" (Eixo-I). Foram priorizadas as seguintes:

1º Criar mecanismos para fazer com que a população tenha ciência da carga tributária que efetivamente paga pelos produtos/serviços;
2º Reservar parte da carga horária dos cursos de graduação do País para atividades voltadas à fiscalização e controle de políticas públicas;
3ºImplantação de ponto eletrônico com uso da digital para todos os servidores públicos;
4ºInstalar  postos da transparência  nos quais serão prestados auxílio à sociedade civil e articulados projetos e atividades de publicização dos meios de transparência do poder público;
5ºInstalar nos veículos públicos sistema de GPS;
6ºCriação das controladorias das relações licitatórias;
7ºDivulgar o detalhamento dos gastos efetuados em cada fase das obras públicas;
8ºDivulgar o detalhamento dos gastos efetuados nos três poderes;
9ºDivulgação nos meios de comunicação pela união, estados, DF e Municípios  a composição societária da empresa contratada;
10ºImplantar microssistemas de fiscalização pela própria sociedade.

No período noturno, com 100 estudantes foi realizada a segunda conferência livre inteiramente voltada para a elaboração, discussão e priorização de propostas referentes ao Eixo-IV (Diretrizes para a prevenção e combate à corrupção). Vejam as propostas priorizadas:

 1º. Criar uma rede de sites de transparência, envolvendo os três poderes, com cada órgão mantendo seu site próprio, inclusive com sistema de notificação via celular e e-mail;
2º. Maximizar das sanções previstas para desvio de recursos destinados à saúde e educação;
3º. Extinguir o cargo de suplente de Senador;
4º. Tornar obrigatório o ensino público para todos os filhos de políticos;
5º. Criar disciplina obrigatória, desde o ensino fundamental até o ensino médio, que aborde noções de cidadania e estrutura política;
6º. Extinguir a reeleição no âmbito do Poder Executivo e limitar o número de reeleições no âmbito do Poder Legislativo;
7º. Exigir justificação pública efetiva, com juntada de provas, por meio de audiência pública, nos casos de dispensa de licitação por emergência;
8º. Criar mecanismos e regulamentações para extinguir o registro de empresas fraudulentas na junta comercial;
9º. Criar padrões de merecimento e eficiência para o funcionalismo público;
10º. Vedar o acesso a cargos comissionados aos condenados nas hipóteses da Lei da Ficha Limpa.

 A fase seguinte é encaminhar as 20 propostas diretamente à etapa nacional da Consocial que vai ser realizada em Brasília, no período de 18 a 20 de maio de 2012.

 Vejam algumas fotos do evento:

Estudantes na fase de priorização das propostas

Prof. Leonardo Bento e Angela Bertoldo (Pedagoga da CGU)

terça-feira, 13 de março de 2012

Paróquia São Vicente de Paulo promove debate sobre o acompanhamento dos recursos da saúde

Dr. Leonardo Valles  Bento, auditor e professor universitário

A Paróquia São Vicente de Paulo, que fica localizada na Av. João Pessoa, Apeadouro,  em São Luís-MA, realizará na próxima quinta-feira (15), das 20 às 21h10, um debate sobre "Fiscalização e acompanhamento dos recursos da saúde".  A discussão da temática é mais uma das ações da Arquidiocese de São Luís para divulgar o tema da Campanha da Fraternidade de 2012: "Fraternidade e Saúde Pública".

Na programação  estão previstas demonstrações práticas da utilização de ferramentas disponíveis na internet para o acompanhamento da execução das políticas públicas da área da saúde, tais como, Portal da Transparência da CGU e Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde-CNES.

Haverá, ainda, um grande debate acerca dos direitos do cidadão relacionados à saúde. O facilitador será o Dr. Leonardo Valles Bento, que é auditor da CGU e professor universitário. Mais informações contactar o Sr. João Mendes (2106-7034 ou 8413-6781). A entrada é franca.