Casal cearense Detinha e Josimar, prefeitos de Centro do Guilherme e Maranhãozinho, respectivamente. |
Há muito tempo que grupos políticos de estados vizinhos vem se apossando de prefeituras no Maranhão. Aqui, como se sabe, impera a compra de votos e o clientelismo e este grupos deitam e rolam em cima do faminto eleitor do nosso estado.
Pois bem, caros leitores, uma notícia muito alvissareira circulou na imprensa esta semana. A de que a Promotoria de Justiça da 101ª Zona Eleitoral impugnou a candidatura de reeleição da prefeita Maria Deusdete Lima, a Detinha (PR), em Centro do Guilherme.
Até aí nenhuma novidade, pois é gestão detinha é simplesmente caótica e a cada dia piora a situação da já paupérrima cidade de Centro do Guilherme. No entanto, o real motivo da impugnação foi o fato de ela ser companheira de Josimar Cunha Rodrigues, atual prefeito do município de Maranhãozinho, vizinho a Centro do Guilherme.
Ou seja, é só aqui mesmo no Maranhão que se tem notícia de fato assim. Um homem administrando dois municípios: o dele e o da esposa. Para o promotor de Justiça Hagamenon de Jesus Azevedo, a candidatura exemplifica uma estratégia que vem sendo usada por políticos que lançam seus familiares como candidatos a prefeito em municípios próximos aos que administram, nos quais exercem influência econômica e política.
"Dessa forma, há a tentativa de perpetuação de um grupo familiar no poder, contrariando os princípios democráticos que exigem alternância de poder e igualdade na disputa eleitoral", informou o promotor.
O promotor ressalta que essa prática surgiu após a proibição pela jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) dos chamados “prefeitos itinerantes”, que durante o mandato transferiam seus domicílios eleitorais para municípios próximos, buscando a eleição para o cargo de chefe do Executivo Municipal indefinidamente.
De acordo com o TSE, “não se pode, mediante a prática de ato formalmente lícito (mudança de domicílio eleitoral), alcançar finalidade incompatível com a constituição”.
Hagamenon Azevedo defende que as “famílias políticas itinerantes” precisam ser combatidas pela Justiça Eleitoral.
O argumento do Ministério Público para impugnar a candidatura de Detinha é o mesmo usado contra os candidatos, que também tiveram suas candidaturas impugnada.
Parabéns ao promotor de Justiça Hagamenon de Jesus Azevedo!
Blog do Luís Magno