Carlinhos Cachoeira e sua esposa Andressa Mendonça |
Jornal Valor Econômico
Dados em posse da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira revelam que a Delta Construções repassou, nos últimos dois anos, mais de R$ 254 milhões a empresas utilizadas pelo esquema do contraventor, todas localizadas em São Paulo, Rio de Janeiro e no Centro-Oeste. O levantamento foi feito pelo senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) a partir das informações encaminhadas à CPI pelo Banco do Brasil e pelo HSBC. O montante pode ser ainda maior, uma vez que estão pendentes os dados solicitados ao Bradesco.
De acordo com a Polícia Federal, a Delta repassava recursos a empresas de fachada ou laranjas para lavar dinheiro dos negócios ilícitos de Carlinhos Cachoeira.
A Adécio e Rafael SA recebeu a maior parte dos recursos: R$ 34,5 milhões. Entre as empresas listadas, também consta a Alberto & Pantoja, que recebeu R$ 25,3 milhões.
Em depoimento ontem à CPI, o contador Rubmaier Ferreira de Carvalho, apontado pela PF como responsável pela abertura de empresas de fachada para sustentar o esquema de Cachoeira, negou ter relações com o contraventor.
Rubmaier disse que embora o registro de empresas identificadas como integrantes do esquema - como a Brava Construções e Terraplanagem e a Veloso Conceição - o indicarem como contador, ele não trabalhou para as construtoras. "Eu acho que as pessoas que estão envolvidas [no esquema de Cachoeira] utilizaram meu nome, meu escritório, para constituir essas empresas", disse. Ele acusou um ex-funcionário chamado Marcos Teixeira Barbosa de ter atuado em seu nome e a favor do grupo do contraventor.