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quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

O dever de Edivaldo

Edivaldo só tem um caminho: buscar o ressarcimento do valor desviado da prefeitura
Edivaldo Holanda (PTC), prefeito de São Luís-MA, prestando o juramento de posse




Passada a refrega eleitoral, e seus desdobramentos advindos de um pleito marcado pela falta de debate acerca dos problemas que afligem a cidade, é hora de começar a por os pés no chão e agir. E aqui não me refiro apenas a ações administrativas que devem poupar o cidadão da descontinuidade dos serviços públicos essenciais como transporte, educação, saúde, trânsito, limpeza e iluminação pública.

Em se confirmando o rombo nos cofres no valor de R$ 750 milhões, o prefeito eleito de São Luís, Edivaldo Holanda (PTC),  não terá outro caminho a não ser buscar o ressarcimento dos milhões desviados do erário pelo ex-prefeito João Castelo (PSDB) e seus secretários. Este sim, um dos maiores assaltos já praticados a uma prefeitura na História recente do Maranhão.

Convém lembrar, que é dever do prefeito Edivaldo quebrar este verdadeiro “pacto de conivência” que se instalou no estado, onde quem entra no Poder Executivo não procura meios de reaver o dano causado pelo gestor anterior. Quer seja por haver recebido apoio do ex-prefeito, quer seja por medo de que lhe façam o mesmo quando concluir o mandato.

A nossa sociedade já atingiu certo patamar de amadurecimento e não vai creditar esta ação a “perseguições” meramente eleitoreiras como, por vezes,  a mídia desqualificada para o debate tenta impor. O dinheiro é do povo e em seu benefício deveria ser usado. Quem se locupletou com o dinheiro que financiaria políticas públicas que mitigariam o sofrimento de boa parte dos ludovicenses deve ser exemplarmente punido. Chega de roubalheira, chega de impunidade.

E o resultado desta equação todos nós sabemos: possuímos 60 dos 100 municípios mais pobres do Brasil, para não citar outros “recordes” nada edificantes. Urge que esta lógica perversa seja modificada.  A palavra de ordem agora é “agir”.


Assuma seu posto prefeito, cumpra a sua missão institucional de cuidar da sua gente e da sua cidade. Lute para que cada centavo desviado possa ser ressarcido ao tesouro municipal. Com os recursos devolvidos, a prefeitura terá dinheiro para custear obras inacabadas, salários atrasados e pagar os fornecedores. E o melhor de tudo, vai ficar a lição para aqueles que pensam que o dinheiro público é apenas uma extensão do seu patrimônio pessoal.

Vamos dar um basta a este “pacto de conivência”. Eu acredito!



Resende é auditor da CGU, Coordenador do Núcleo de Prevenção à Corrupção (NAP) e ex-auditor do TCE-MA

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