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terça-feira, 30 de outubro de 2012

"Isadora Faber" do Maranhão é demitida em Imperatriz

Redação
Uiliane Araújo e Isadora Faber

O recente caso da aluna Isadora Faber (releia aqui),  que chamou a atenção do Brasil e do mundo postando fotos no facebook das condições da sua escola em Florianópolis (SC),  trouxe indignação na sociedade pelas condições com que a educação pública é tratada no Brasil.

Crianças com guarda-chuvas em sala de aula
No Maranhão, um dos estados mais reacionários do País, o exemplo não pode ser seguido. No entanto, desafiando a 'lei do silêncio" a professora Uiliene Araújo decidiu fotografar os seus alunos fazendo provas segurando guarda-chuvas na Escola Guilherme Dourado, durante uma tarde chuvosa na segunda maior cidade do estado.

Um modelo precário de gestão educacional

Em tempo, a Prefeitura de Imperatriz utiliza-se de um modelo que é conveniar associações/entidades para ofertar o ensino básico aos alunos. E como se sabe, caro leitor, este modelo exige que os órgãos de controle municipais estejam sempre atentos para que não ocorram desvios de finalidade.

Noutro aspecto, a situação de conveniar entidades deveria ser utilizada de modo temporário, tendo em vista que a própria prefeitura deve construir escolas e contratar seus professores e demais funcionários por meio de concurso público. É o que exige a lei.


Demissão imotivada

Voltando ao tema inicial, a demissão da professora Uiliene ganhou as mais estranhas versões, que vão desde  "falta de ética", segundo a diretora da Escola Guilherme Dourado; até "querer prejudicar a administração municipal", conforme frisou o secretário de Educação, Zesiel Ribeiro, à equipe de reportagem da TV Mirante. Notem bem que não estamos mais no período eleitoral, portanto, esdrúxula a hipótese levantada pelo secretário.

Segundo o noticiário, a professora Uiliene Araújo entrou na Justiça para ser reintegrada aos quadros e dificilmente não retornará tendo em vista a repercussão nacional que o caso tomou. Qual juiz de bom senso decidiria em desfavor dela?

Em entrevista ao portal G1, Uiliene afirmou: "Acredito na liberdade de expressão e em formar alunos com uma visão crítica, que não se conformem com as coisas do jeito que elas estão".

Com a palavra o Prefeito Sebastião Madeira!






terça-feira, 4 de setembro de 2012

Notinhas da manhã: Lei de Acesso, Codó, Buriticupu, Santa Inês, Isadora Faber


Lei de Acesso à Informação  está com tudo

A Recém publicada Lei nº 12.527 (Lei de Acesso à Informação) já pegou no Brasil. Agora mesmo, a CGU montou uma equipe com 10 auditores provenientes dos estados para analisar os recursos que chegam à 3ª entrância. A coisa ocorre da seguinte forma, se o cidadão tem negado o seu pedido de informação no órgão onde ele fez o pedido (1ª entrância), ele pode recorrer ao ministério (2ª entrância) responsável pelo pasta. Se ambos negarem, ele pode recorrer diretamente à CGU.




Codó, Buriticupu e Santa Inês receberão ações de prevenção à corrupção

Neste mês, mais três municípios do Maranhão serão contemplados com ações de capacitação presencial voltadas ao controle social dos recursos públicos. O Núcleo de Ação de Prevenção à Corrupção da CGU-MA (NAP) prepara três atividades muitos importantes. Em Codó, no dia 14,  participará de um "Seminário sobre a Elaboração e Fiscalização de Orçamentos Participativos",  que é promovido pela Diocese de Coroatá.  No dia 20,  no campus do IFMA-Buriticupu,  será realizado um debate acadêmico com o tema "Acesso a informação, um direito de todos". E para fechar o mês, no dia 22, a CGU reunirá conselheiros de acompanhamento de políticas públicas de 22 municípios em Santa Inês para um grande treinamento. Esse pessoal do NAP não pára!



O efeito Isadora Faber

O post sobre a estudante de 13 anos que criou uma página no facebook para denunciar o descaso com a sua escola  recebeu centenas de acessos nos últimos dias. Imagine se a moda pega aqui no Maranhão, com nossas escolas caindo aos pedaços e desabando ( literalmente)  na cabeça das crianças como ocorreu em Icatu.






sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O caso Isadora Faber: sim, nós podemos!


Por Leonardo Valles Bento

Acompanhei com muito interesse, ao longo da última semana o caso da adolescente Isadora Faber, de treze anos, estudante da Escola Básica Maria Tomázia Coelho, da rede pública de Florianópolis, que criou uma página no facebook ("Diário de Classe") para denunciar com fotos as precárias condições da escola. Interessei-me pelo assunto não só pelo mérito da questão, mas por se tratar da cidade em que nasci e vivi uma parte significativa da minha vida.

O episódio que transformou a garota em celebridade e num fenômeno das redes sociais é inspirador e carregado de simbologia, deixando lições valiosas, as quais pretendo deixar aqui registradas. Nele se encontram todos os capítulos característicos de um caso verdadeiramente emblemático:

Capítulo 1 - uma estudante decide tomar uma inciativa: começa a divulgar informações sobre o seu cotidiano escolar como forma de protestar e, quem sabe, contribuir para melhorar a sua realidade. Fez isso por meios simples, ao alcance de qualquer um, sem bazófia, nem espalhafato.

Capítulo 2 - a retaliação das autoridades: a estudante é ameaçada por professores e direção, que não desejam que verdades sejam expostas, e instada a tirar a página do ar.

Capítulo 3 - a repercussão na imprensa: o caso chama a atenção de sites de notícias (UOL e Estadão) e ganha repercussão nacional.

Capítulo 4 - a indignação da opinião pública: a opinião pública brasileira, ao contrário do que muita gente imagina, reage à imoralidade do fato e vem em apoio à causa da estudante.

Capítulo 5 - o recuo das autoridades: constrangidas, as autoridades públicas agora declaram seu apoio tardio e forçado à iniciativa, anunciando inclusive reformas na escola.

Trata-se, como se pode perceber, de um ciclo, que chama atenção pelo caráter típico. Trata-se de um case de cidadania e controle social. O que esse ciclo (Iniciativa - Retaliação - Mobilização da opinião pública - Recuo das autoridades) nos ensina é que:

1. Faça você mesmo: apesar da expressão controle social, a verdade é que ele se baseia em iniciativas advindas de atitudes individuais. Se nós não reivindicamos os nossos direitos no cotidiano, individualmente, mas suportamos calados a violação, não há controle social, e a corrupção continuará nadando de braçada por aí. Há muita coisa que nós podemos fazer para melhorar o cotidiano da nossa comunidade, sem esperar pelos outros. As redes sociais são uma ferramenta importante.

2. Informação é poder: nada intimida mais gestores e demais autoridades públicas do que cidadãos dispostos a por a boca no trombone, principalmente se o fato denunciado tiver a possibilidade de chamar a atenção da imprensa.

3. A repercussão faz a diferença: a possibilidade de uma denúncia ou reivindicação dar resultado é diretamente proporcional à capacidade do fato mobilizar a atenção da opinião pública e da mídia, aqui incluídas as redes sociais.

Sim, nós podemos!