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sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Umbelino Ribeiro, prefeito de Turiaçu, o que esperar deste homem?

Umbelino Ribeiro em seu discurso de posse
A redação

A cidade de Turiaçu, que fica localizada a 475 km da capital, bateu um triste recorde nos últimos anos. E, infelizmente, não foi dos melhores. Passaram pelo Poder Executivo os piores prefeitos da História Política recente do Maranhão.

Junte-se os ex-prefeitos Riba Rabelo, Umbelino Ribeiro e Costinha e imagine como eles deixaram a cidade. Uma verdadeira terra arrasada. Sem exagero algum, com aspecto de cemitério. Um visitante resumiu bem o quadro caótico: "pelo estado de abandono, a cidade parece mesmo um lixão a céu aberto".
Localização de Turiaçu-MA

Presenteado por Deus com belezas naturais incomparáveis e o abacaxi mais doce do planeta, Turiaçu precisa urgentemente de um gestor público que não maltrate o povo. Até tentou, elegendo Costinha (PT) e defenestrando Umbelino Ribeiro (PV).

No entanto, como Costinha fez uma péssima administração e traiu todo o seu discurso histórico de mudanças, a população só teve uma alternativa: reconduzir novamente Umbelino Ribeiro à prefeitura. E o abacaxi pode deixar de ser doce.





Orgias em Turiaçu

Sobre Umbelino, o saudoso jornalista Walter Rodrigues escreveu um texto muito apropriado sobre suas "aventuras":

Prefeitos desonestos e bandalhos do interior do Maranhão já tem seu símbolo, seu campeão, seu primus inter pares.
Walter Rodrigues denunciou as orgias de Umbelino

É Joaquim Umbelino Ribeiro, de Turiaçu, que recentemente se deixou filmar numa orgia com o presidente da Câmara, Benedito Alves, e outros correligionários e apaniguados. As cenas são repugnantes.

Graças a Umbelino e seus comparsas, que em 2005 ganhou as manchetes como palco de raro e mortífero ataque de morcegos hematófagos, passa agora a ser conhecida também por abrigar a sem-vergonhice política mais explícita de que já se ouviu falar.

Daqui a pouco o leitor verá o vídeo que documenta uma das farras que o prefeito costuma promover nas raras ocasiões em que aparece na cidade, geralmente uma vez por mês. Prepare o estômago para encarar um espetáculo repulsivo.

São cerca de 30 pessoas, homens na grande maioria, reunidas na sala e na varanda de uma casa pequena, portas e janelas escancaradas, diante do cais da cidade. Ali perto há um bar em que prováveis pescadores miram a cena com cara de desgosto. Eles sabem que é o dinheiro do povo que sustenta a pequena Sodoma de Umbelino.

Apenas cinco dos 30 festeiros são mulheres, umas jovens, talvez adolescentes, outras adultas, mas essas são pouco mais que expectadoras. Uma das adultas, uma negra de óculos, seria deficiente mental.

Umbelino é o centro das atenções, a começar pela atenção de quem filma a festa, com o conhecimento de todos. Durante quase o tempo todo da gravação, a câmera mostra o prefeito beijando a cabeça, o rosto e até a boca de outros homens, mordendo o peito de um e as costas de outro, apalpando e passando a mão nos colegas, ora agarrando por trás, ora sendo agarrado pelos cupinchas.

Um homem magro e afeminado é o mais requerido. Rebolando muito, dança colado com o prefeito, o presidente da Câmara e vários dos cinco ou mais vereadores presentes — a Câmara toda são nove. Enquanto ele gira com seu par, outros presentes lhe passam a mão.

Quando senta no colo do prefeito, Umbelino se entusiasma e morde-lhe as costas com tanto ardor que o pobre sai gritando.

Esse pobre coitado, espécie de Geni da confraria, ainda é um dos poucos que algumas vezes reclama dos exageros. A maioria dos varões presentes parece achar muito engraçado quando alguém o aborda pela retaguarda. Os mais tímidos são excitados pelos mais afoitos, capitaneados pelo prefeito.

Quase ninguém dá atenção às mulheres presentes. O próprio Umbelino, que carrega e bolina a negra de óculos e dança um pouquinho com uma jovem e com a suposta dona da casa, demora pouco nessas investidas. O negócio dele é beber, fazer cara de louco ou de tarado e se esfregar com a corriola.

Num certo momento, o prefeito alisa demoradamente a cabeça de um rapaz e dá a impressão de que o beijou na boca, protegido pelo chapéu. Em seguida mostra a língua convulsa e faz um gesto obsceno com três dedos, exibindo-se para a filmagem.

A promiscuidade se completa quando os famintos atacam dois pratos de peixe em que um come e cospe e outros continuam comendo. Ninguém reclama. Assim como ninguém estranha quando um enfia a língua na orelha de outro e Umbelino porfia com Benedito, o presidente da Câmara, para saber qual deles atraca no posterior do outro.

Ouve-se o foguetório característico das “comemorações” do prefeito, que adora azucrinar a cidade de dia ou de noite com sua exibição de poder.

A música ambiente vai de sambas e canções de outrora. “Quem era eu, quem eras tu, quem somos agora…”, coisas assim. E também uma novidade, o “Melô da Samira”, ou que outro nome lhe tenham dado.

Samira Mercês dos Santos é a promotora da comarca. Cansada de saber dessas orgias e arruaças, e de toda sorte de outros cometimentos, há muito ela busca um meio de expulsar Umbelino do cargo. Nesse afã, chegou até a cometer arbitrariedades, devidamente criticadas neste Colunão, mas já agora reiluminadas pelas exteriorizações do prefeito.

Certo que uma coisa não justifica a outra. Mesmo um devasso exibicionista, obviamente peculatário — pois não será o erário que ele respeita — tem direito ao devido processo legal e demais garantias constitucionais. Mas fica difícil não ser indulgente com exageros que em última análise visavam livrar os 30 mil habitantes de Turiaçu de uma gestão simplesmente imoral, nos vários sentidos do termo.

Tramita neste instante uma ação de improbidade contra Umbelino, movida pelo Ministério Público. Daí a represália em forma de trocadilho que sai do toca-CD e que o bando alegre entoa às gargalhadas:

“Eu ganhei uma espingarda 
foi uma vergonha sim 
o tiro saiu à toa 
essa mira não é boa 
essa mira é ruim 
vá pra puta que pariu.”

Mais adiante um dos presentes grita uma ameaça pornográfica contra Samira e contra o juiz Luís Carlos Pereira, que os tem incomodado também: “Eu vou comer…”.

Para completar, Umbelino é chegado a uma violência. Antes de ver um compacto das imagens gravadas, saiba que seus correligionários agrediram recentemente dois funcionários da Promotoria que fotografavam mais uma de suas irregularidades, a distribuição de gasolina para quem quisesse engrossar uma carreata chefiada pelo prefeito.

Não satisfeitos, os umbelinos sitiaram o Fórum da cidade e ameaçaram invadi-lo. Foi preciso que o promotor de Santa Helena, Emanoel Netto Guterres Soares, que responde interinamente pela comarca de Turiaçu, chamasse a Polícia da capital para restabelecer a ordem e conter os arruaceiros. O incidente está sendo apurado em inquérito.

Difícil antecipar o futuro de Umbelino, após o vazamento das imagens da que pode ter sido sua última festa custeada pelos munícipes. A única certeza é que não pode continuar no cargo, sob pena de desmoralizar uma comunidade inteira. Diga-se o mesmo do presidente da Câmara e dos outros mandatários sibaritas flagrados na esfregação.

Uma solução simples seria o impeachment, a cassação de Umbelino e Benedito por falta de decoro. Acontece que eles têm maioria não só na Câmara como na farra e nunca se soube que um porco comesse outro. Só a Justiça pode resolver o impasse, seja ordenando a intervenção do estado no município, seja apenas cassando os mandatos do prefeito e caterva, se é que os suplentes não estavam na festa também.

Umbelino foi eleito em 2004 pelo PDT, o Partido Democrático Trabalhista do governador Jackson Lago. Atualmente está no PV (Partido Verde) e tem como líder político o deputado Raimundo Cutrim, do Democratas (DEM). De trabalhista, verde ou democrata não tem nada, nem é o caso de atribuir aos partidos a responsabilidade por seus desmandos. Mas isso até aqui. Daqui para a frente, espera-se que o PV o declare incompatível com o meio ambiente e trate logo de descartá-lo como veneno perigoso. E que ninguém se mexa para tentar salvar o irrecuperável.


segunda-feira, 26 de março de 2012

Turiaçu realiza Conferência Livre

Turiaçu-MA recebeu uma conferência livre da Consocial


O Município de Turiaçu (MA) reuniu 85 representantes de sindicatos, associações, pastorais sociais, servidores públicos e políticos, no último dia 23, para uma Conferência Livre da 1ª Consocial. Nesta conferência, tratou-se exclusivamente do Eixo IV- Diretrizes para a prevenção e o combate à corrupção.


O evento foi organizado pelo pároco da Igreja São Francisco Xavier, Pe. Sérgio Adriano, com o objetivo de debater a fiscalização e o acompanhamento das políticas públicas. À tarde, foi realizada a conferência temática livre com a presença, inclusive, do vice-prefeito de Turiaçu, o Sr. João do Gás.


De acordo com Clélia Correa, que é servidora pública, "Os temas foram precisos, bem coerentes com a realidade, a exposição foi bem clara e todos tiraram proveito da conferência".
Clélia Correa, servidora pública

As Conferências Livres não elegem delegados, mas encaminham até 10 propostas  diretamente à Coordenação-Executiva Nacional, que as consolidará para a Etapa Nacional da 1ª Consocial. Veja as proposições priorizadas na Consocial de Turiaçu:
1. Igualdade social –  Que os filhos dos gestores estudem  em escolas públicas e que sejam atendidos em hospitais públicos.
2. Reforma política – Criar mecanismos para acabar com os gastos excessivos em campanhas políticas.
3. Educação para a cidadania – Implantar a disciplina "Educação Política" na grade curricular obrigatória.
4. Responsabilização – Tornar o político corrupto inelegível permanentemente.
5. Impunidade – Criar mecanismos para combater a corrupção no Poder Judiciário.
6. Gestão pública – Ingresso na carreira política mediante aprovação em concurso público.
7. Responsabilização – Aplicar leis severas contra os corruptos.
8. Transparência- Que haja transparência  e fiscalização nas empresas que prestam serviços aos municípios.
9. Economia municipal – Exigir que os governos municípios adquiram seus insumos no próprio município. 
10. Gestão pública – Realização de concurso público e prestação de contas dos gestores.

Em tempo: até 08 de abril, você ainda pode participar da Consocial por meio das Conferências Livres. Entre em contato com a CGU para maiores esclarecimentos: (98) 3194-2008, falar  com Ângela ou Welliton.

Participantes priorizando as 10 propostas

quarta-feira, 21 de março de 2012

1º Seminário de Políticas Públicas de Turiaçu debaterá propostas para o fortalecimento da transparência e do controle social

Vista de Turiaçu, MA, Brasil


O objetivo é debater propostas de políticas públicas que fortaleçam a transparência e o controle  social dos recursos públicos. Dentro do seminário será realizada, ainda,  uma conferência livre da Consocial que tratará  exclusivamente do Eixo-IV: "Diretrizes para a prevenção e combate à corrupção ".


Em tempo, a cidade de Turiaçu tem uma população de 34 mil habitantes e fica a uma distância de 152 km da capital maranhense e hoje é administrada pelo prefeito Costinha (PT). É um dos municípios mais belos do estado, no entanto, apresenta um histórico de gestões municipais desastrosas. 

Em sua história recente foi sacudida por escândalos envolvendo ex-prefeitos que, em  sua maioria, tiveram todas as suas prestações de contas reprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado do Maranhão. A "terra do abacaxi" precisa urgentemente mudar esta trajetória de abandono e propiciar aos seus cidadãos políticas públicas mais eficazes.

O seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é baixíssimo, 0,567, ou seja, bem inferior à média do próprio Estado do Maranhão.  Percentual muito acanhado para uma cidade que foi fundada em 11 de julho de 1870 e  apresenta uma diversidade e uma riqueza natural pouca vista em outros locais do País.

O Seminário e a conferência livre  serão realizados no  Salão Paroquial da Igreja São Francisco Xavier,  tendo seu início às 09 horas. O evento contará com a participação do Núcleo de Prevenção à Corrupção da CGU (NAP), que é o setor responsável pelas ações de capacitação da Controladoria, que fará as palestras, ministrará oficinas e realizará a conferência. A organização geral do evento será do Pe. Sérgio.


Vejam a programação completa:

Dia 23/03/2012

Manhã

09h – Abertura Solene

09h30 – Painel de Contextualização do Eixo IV (Diretrizes para a prevenção e o combate à corrupção)

09h45 – Intervalo

10h30 – Sinais de Corrupção na execução de Políticas Públicas

11h30 – Sistemas utilizados para o Controle Social: Portal da Transparência e CNES

12h – Intervalo

Tarde

14h – Conferência Livre: Discussão e Priorização das Propostas (Eixo IV)


sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

CGU e PF desarticulam esquema de fraudes que desviava recursos destinados à construção de casas no Maranhão

Raimundo Monteiro, ex-superintendente do INCRA/MA, está sendo investigado.

A Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal realizam nesta sexta-feira (25/02) a Operação Donatário, planejada para dar cumprimento a 39 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal no Maranhão. A operação, que tem apoio da Procuradoria da República no Maranhão, visa coibir a ação de quadrilha envolvida no desvio de recursos públicos federais liberados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), na modalidade de Crédito Instalação, especialmente para construção de casas em projetos de assentamentos, em favor de beneficiários do Programa Nacional de Reforma Agrária.

A investigação da Superintendência Regional de Polícia Federal no Maranhão, realizada em conjunto com CGU, tem âmbito estadual. A operação de hoje conta com um efetivo de aproximadamente 147 policiais federais e 15 analistas da CGU.

Foram realizadas auditorias e/ou diligências em 25 associações espalhadas em 12 municípios (Arame, Morros, Pindaré-Mirim, Icatu, Santa Helena, Turiaçu, Junco do Maranhão, Santa Luzia, Centro Novo do Maranhão, Governador Nunes Freire, São João do Sóter e Barrerinhas,), sendo fiscalizado um montante aproximado de R$ 20 milhões, cujos desvios já beiram R$ 3,5 milhões, fora os prejuízos que ainda necessitam de perícia técnica para quantificação.

As provas colhidas durante a apuração são robustas. Constam do inquérito, por exemplo, 535 fotografias de casas inacabadas, não construídas ou construídas com material de baixíssimo custo (taipa) apesar da liberação de recursos pelo Incra para conclusão dos imóveis. Obras absolutamente fora dos padrões contratados.

Esquema criminoso

As investigações identificaram a participação no esquema de pelo menos 55 pessoas, entre as quais servidores e ex-servidores do Incra, do Iterma, um policial civil do Maranhão (atualmente delegado agrário), construtores, lobistas e presidentes de associações de assentados. Os integrantes da organização criminosa são investigados pelos crimes dos arts. 288 (quadrilha ou bando), 312 (peculato), 317 (corrupção passiva), 333 (concussão), do Código Penal.

O esquema funcionava em pelo menos três etapas. Primeiro, eram obtidos recursos para construção de casas em projetos de assentamentos regulares instalados pelo Incra, que só eram liberados para as associações de assentados cujos presidentes pudessem ser cooptados pela quadrilha, mediante o oferecimento de vantagens pessoais. Uma vez depositados os recursos nas contas das associações beneficiárias, entravam em cena os técnicos do Incra, em grande maioria, e também do do Instituto de Colonização e Terras do Maranhão (Iterma) que, elaboravam relatórios de medição técnica das construções das casas, atestando a entrega de materiais de construção e/ou execução de obras inexistentes. Isso era feito muitas vezes sem que os técnicos sequer comparecessem aos assentamentos, valendo-se de documentos falsos por eles produzidos, fornecidos por lobistas, por construtores ou por presidentes das associações. Deve-se destacar que, para que os assentados não desconfiassem da fraude, por vezes, a construção das casas era apenas iniciada e, em seguida, abandonada.

Fechando o esquema e a despeito da notoriedade das irregularidades, a Superintendência do Incra determinava ao banco o pagamento dos construtores envolvidos com a fraude, que tratavam, então, de repartir os ganhos ilícitos com os demais membros da organização criminosa. Em outras situações, quando os recursos não eram recebidos pela intermediação direta da quadrilha, pessoas ligadas à administração do Incra entravam em contato com os presidentes das associações e construtores, solicitando o pagamento de até 30% do valor do recurso disponibilizado para que a autarquia autorizasse sua liberação.

Atuação preventiva

Para evitar que novas irregularidades como estas voltem a ocorrer no programa, a ação de concessão de crédito de instalação para construção de habitação, conduzida pelo Incra, tem sido objeto de atenção da CGU, inclusive com diversas tratativas com a unidade central do Incra e o Ministério do Desenvolvimento Agrário, voltadas ao mapeamento dos fluxos administrativos e operacionais da ação. A finalidade é buscar a redução das vulnerabilidades e riscos que possam comprometer o atingimento dos objetivos da ação e a regular aplicação dos recursos.