CGU e PF desarticulam esquema de fraudes que desviava recursos destinados à construção de casas no Maranhão

Raimundo Monteiro, ex-superintendente do INCRA/MA, está sendo investigado.

A Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal realizam nesta sexta-feira (25/02) a Operação Donatário, planejada para dar cumprimento a 39 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal no Maranhão. A operação, que tem apoio da Procuradoria da República no Maranhão, visa coibir a ação de quadrilha envolvida no desvio de recursos públicos federais liberados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), na modalidade de Crédito Instalação, especialmente para construção de casas em projetos de assentamentos, em favor de beneficiários do Programa Nacional de Reforma Agrária.

A investigação da Superintendência Regional de Polícia Federal no Maranhão, realizada em conjunto com CGU, tem âmbito estadual. A operação de hoje conta com um efetivo de aproximadamente 147 policiais federais e 15 analistas da CGU.

Foram realizadas auditorias e/ou diligências em 25 associações espalhadas em 12 municípios (Arame, Morros, Pindaré-Mirim, Icatu, Santa Helena, Turiaçu, Junco do Maranhão, Santa Luzia, Centro Novo do Maranhão, Governador Nunes Freire, São João do Sóter e Barrerinhas,), sendo fiscalizado um montante aproximado de R$ 20 milhões, cujos desvios já beiram R$ 3,5 milhões, fora os prejuízos que ainda necessitam de perícia técnica para quantificação.

As provas colhidas durante a apuração são robustas. Constam do inquérito, por exemplo, 535 fotografias de casas inacabadas, não construídas ou construídas com material de baixíssimo custo (taipa) apesar da liberação de recursos pelo Incra para conclusão dos imóveis. Obras absolutamente fora dos padrões contratados.

Esquema criminoso

As investigações identificaram a participação no esquema de pelo menos 55 pessoas, entre as quais servidores e ex-servidores do Incra, do Iterma, um policial civil do Maranhão (atualmente delegado agrário), construtores, lobistas e presidentes de associações de assentados. Os integrantes da organização criminosa são investigados pelos crimes dos arts. 288 (quadrilha ou bando), 312 (peculato), 317 (corrupção passiva), 333 (concussão), do Código Penal.

O esquema funcionava em pelo menos três etapas. Primeiro, eram obtidos recursos para construção de casas em projetos de assentamentos regulares instalados pelo Incra, que só eram liberados para as associações de assentados cujos presidentes pudessem ser cooptados pela quadrilha, mediante o oferecimento de vantagens pessoais. Uma vez depositados os recursos nas contas das associações beneficiárias, entravam em cena os técnicos do Incra, em grande maioria, e também do do Instituto de Colonização e Terras do Maranhão (Iterma) que, elaboravam relatórios de medição técnica das construções das casas, atestando a entrega de materiais de construção e/ou execução de obras inexistentes. Isso era feito muitas vezes sem que os técnicos sequer comparecessem aos assentamentos, valendo-se de documentos falsos por eles produzidos, fornecidos por lobistas, por construtores ou por presidentes das associações. Deve-se destacar que, para que os assentados não desconfiassem da fraude, por vezes, a construção das casas era apenas iniciada e, em seguida, abandonada.

Fechando o esquema e a despeito da notoriedade das irregularidades, a Superintendência do Incra determinava ao banco o pagamento dos construtores envolvidos com a fraude, que tratavam, então, de repartir os ganhos ilícitos com os demais membros da organização criminosa. Em outras situações, quando os recursos não eram recebidos pela intermediação direta da quadrilha, pessoas ligadas à administração do Incra entravam em contato com os presidentes das associações e construtores, solicitando o pagamento de até 30% do valor do recurso disponibilizado para que a autarquia autorizasse sua liberação.

Atuação preventiva

Para evitar que novas irregularidades como estas voltem a ocorrer no programa, a ação de concessão de crédito de instalação para construção de habitação, conduzida pelo Incra, tem sido objeto de atenção da CGU, inclusive com diversas tratativas com a unidade central do Incra e o Ministério do Desenvolvimento Agrário, voltadas ao mapeamento dos fluxos administrativos e operacionais da ação. A finalidade é buscar a redução das vulnerabilidades e riscos que possam comprometer o atingimento dos objetivos da ação e a regular aplicação dos recursos.

Comentários

  1. CGU fiscaliza São mateus do maranhão peço o amor de Deus!!!a cidade parece um chiqueiro de porco!!

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  2. Tenho plena certeza que o Monteiro como é conhecidos pelos Movimentos Socias vai ser inocentados das denucias no INCRA,pelo que eu conheço ele é um Homem serio e integro, pessoa como Monteiro é muito raro de se encontrar, Monteiro os Movimentos Sociais te conhece e estão contigo Abraço Francisco Rogério de Pedreiras...

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  3. No municipio de são joao do soter, infelizmente, o presidente da associação responsavel, ou, irresponsavel, pela construção dessas casas é um pobre coitado, aposentado por invalidez, mas que vive as custas do marido da prefeita Luiza Rocha, Sr. Clodomir Costa Rocha, a que foi o verdadeiro culpado pelo desfalque de R$ 300.000,00 entregues em suas mãos pelo então presidente da associação. As casas são construções indecentes, onde nem alicerce foram feitos, o material usado é de péssima qualidade, onde o pouco que foi feito ja esta caindo.

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  4. È uma vergonha o Ministério Público comprovar todas essas irregularidades aqui no maranhão e acabar tudo em pizza. Eita justiça de olhos fechados!!! Em São João do Sóter, O marido da "Prefeita" o destemido Clodomir Costa E Bosta anda dizendo que já está acostumado com essas fiscalizaçãozinhas. Ui que medo!`deve ser porque o moço já aprontou todas e nada acontece, por isso que ele se dá o luxo de fazre esses tipos de comentários.É o nosso Brasil minha gente!!!!

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  5. Será que a Justiça Federal só quis intimidar essa corja deste mega esquema criminoso em nosso Estado? Bem, no município do ex- prepeito, atual prefeito, secretário de finanças, presidente da câmara dos vereadores , empresário, ou seja o dono do município, tadinho deste, tão pequeno que dá só pro moço sozinho mandar, pois a ganância desse meliante é tanto que não tem pra ninguém. E o moço apronta e afronta e nada. Que criaturinha nojenta sô!

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  6. CGU! Salve São João do Sóter-MA, desses políticos corruptos, investigue seus patrimônios particulares, não correspondem com seus salários. Fique de olho dona CGU, fique de olho que o negócio aqui é solto.

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  7. sao mateus do maranhao esta abandonado a cidade
    e um buraco so. as ruas dos bairros proximo a entrada drada da da cidade sentido sao luis e uma denuncia da propia cidade.o cartao postal e um monte de lixo que prefeito sen vergonha

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