Edivaldo só tem um caminho: buscar o ressarcimento do valor desviado da prefeitura
Resende é auditor da CGU, Coordenador do Núcleo de Prevenção à Corrupção (NAP) e ex-auditor do TCE-MA
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Edivaldo Holanda (PTC), prefeito de São Luís-MA, prestando o juramento de posse |
Passada a refrega eleitoral, e seus desdobramentos advindos
de um pleito marcado pela falta de debate acerca dos problemas que afligem a
cidade, é hora de começar a por os pés no chão e agir. E aqui não me refiro
apenas a ações administrativas que devem poupar o cidadão da descontinuidade
dos serviços públicos essenciais como transporte, educação, saúde, trânsito, limpeza
e iluminação pública.
Em se confirmando o rombo nos cofres no valor de R$ 750
milhões, o prefeito eleito de São Luís, Edivaldo Holanda (PTC), não terá outro caminho a não ser buscar o
ressarcimento dos milhões desviados do erário pelo ex-prefeito João Castelo
(PSDB) e seus secretários. Este sim, um dos maiores assaltos já praticados a
uma prefeitura na História recente do Maranhão.
Convém lembrar, que é dever do prefeito Edivaldo quebrar
este verdadeiro “pacto de conivência” que se instalou no estado, onde quem
entra no Poder Executivo não procura meios de reaver o dano causado pelo gestor
anterior. Quer seja por haver recebido apoio do ex-prefeito, quer seja por medo
de que lhe façam o mesmo quando concluir o mandato.
A nossa sociedade já atingiu certo patamar de amadurecimento
e não vai creditar esta ação a “perseguições” meramente eleitoreiras como, por
vezes, a mídia desqualificada para o
debate tenta impor. O dinheiro é do povo e em seu benefício deveria ser usado.
Quem se locupletou com o dinheiro que financiaria políticas públicas que mitigariam
o sofrimento de boa parte dos ludovicenses deve ser exemplarmente punido. Chega
de roubalheira, chega de impunidade.
E o resultado desta equação todos nós sabemos: possuímos 60
dos 100 municípios mais pobres do Brasil, para não citar outros “recordes” nada
edificantes. Urge que esta lógica perversa seja modificada. A palavra de ordem agora é “agir”.
Assuma seu posto prefeito, cumpra a sua missão institucional
de cuidar da sua gente e da sua cidade. Lute para que cada centavo desviado
possa ser ressarcido ao tesouro municipal. Com os recursos devolvidos, a
prefeitura terá dinheiro para custear obras inacabadas, salários atrasados e pagar
os fornecedores. E o melhor de tudo, vai ficar a lição para aqueles que pensam
que o dinheiro público é apenas uma extensão do seu patrimônio pessoal.
Vamos dar um basta a este “pacto de conivência”. Eu
acredito!
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