Por Welliton Resende*
Gosto sempre de citar o exemplo do gari Renato Sorriso, aquele que
se notabilizou por sambar na Marquês de Sapucaí após os desfiles das escolas. Certamente
era muito criticado por seus colegas que deveriam acusá-lo de querer aparecer.
Os outros garis ninguém conhece, já o Sorriso (...).
A inveja sempre existiu ( e creio que persistirá) na História
da humanidade. Desde tempos idos, que alguns homens teimam em deixar-se seduzir
pelo sentimento de querer o que o outro tem.
A alma do invejoso é corroída diuturnamente por uma vontade
frustrada de possuir bens materiais ou qualidades do invejado. E esta frustração
traz consigo sentimentos de impotência, fracasso e inferioridade.
No ambiente corporativo, o pensamento é o seguinte: “se ele
não estivesse nesta posição, ela seria minha”. A inveja é mais comum do que se
imagina nas organizações e pode ser
derivada de alguém possuir moral com o chefe, receber uma promoção ou até mesmo
uma escrivaninha nova.
O invejoso não se dá conta de que quem brilha ralou um montão
para atingir este patamar. E se ele fizer o mesmo, terá as mesmas
possibilidades.
Muitos classificam a inveja em “boa” ou “ruim”. E dizem que
a boa é quando você a canaliza para sair da sua posição e buscar um processo de
melhoria. Para mim, isto não caracteriza a inveja, mas sim mirar-se em um bom
exemplo para atingir os seus objetivos. Existe até a máxima, “foi por inveja
dos pássaros que o homem inventou o avião”. Pura crendice!
Sem querer ceder aos radicalismos, inveja é sempre maléfica.
Detesto as pessoas que se propõem a denegrir os outros com o intuito de
aparecer mais. E é comum em trabalhos em equipe o invejoso falar mal dos
colegas para mostrar que só ele conhece o serviço. “Queimar os colegas” é a
forma mais visível de quem está com inveja.
Outro personagem invejoso que odeio é o puxador de saco,
embora alguns chefes gostem e até alimentem este tipo de conduta no ambiente de
trabalho. Em verdade, se tratam mesmo de chefes e se não mudarem suas condutas
dificilmente passarão à condição de líderes.
Renato Sorriso |
Se a ascensão de um colega incomoda, por que não estudar os
casos de sucesso dele e procurar trilhar o mesmo caminho? Garanto que ele não
descobriu a pedra filosofal ou o toque de Midas (lenda grega no qual aquilo que
o rei tocava com suas mãos virava ouro).
E para quem está sendo invejado, minha dica é: Mantenha o
foco e aperfeiçoe-se cada vez mais. Faça suas atribuições com mais perfeição e
afinco. Lembre-se o brilho é inerente a quem se sobressai. Não se deixe
paralisar!
Estão vendo, caros leitores, como mesmo um simples gari pode
chegar ao sucesso fazendo o que gosta com perfeição?
Resende é auditor federal e administrador de empresa.
Resende é auditor federal e administrador de empresa.