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sexta-feira, 14 de março de 2014

Propaganda virtual

Sarney candidato a governador do MA em 1965

Por Nogueira Júnior*

Não é de hoje que a propaganda do governo do Estado me chama atenção. Toda a estrutura utilizada pela mídia governamental segue um padrão cujo interesse esta na manipulação das imagens que causam efeito “devastador” naqueles com menos formação onde os índices de educação são baixíssimos se tornando “presas” fáceis para o jogo político, e claro, alcançando a permanência no poder.

 A mais recente divulgação está sendo direcionada aos projetos que este governo diz que “fez” e que “irá fazer”. É óbvio que não poderia ser diferente apresentando o Estado como o “primeiro” e o “melhor” em vários pontos.

Mas como não se encantar com as “doces e sóbrias” palavras da nossa gestora quando diz: “Já avançamos muito e vamos avançar cada vez mais”? Pasmem! Eu concordo. Já avançamos, de fato, levando em consideração a repercussão alcançada a nível internacional em relação ao sistema carcerário.

Com a temática “Maranhão Novo” e “Novo Maranhão” (às vezes, o termo novo até se confundem), o governo segue com sua política midiática em jornais, rádios e tv com a seguinte chamada: O primeiro Estado do Nordeste em que o acesso para as cidades serão todos asfaltados, o melhor programa de saúde que o Estado já teve o maior investimento em segurança já feito e não poderia deixar de citar também os investimentos na educação.

Enfatizo que são três pilares de suma importância para o desenvolvimento de qualquer Estado: Saúde, Educação e Segurança. Se houvessem projetos bem elaborados e transparentes e a aplicação dos recursos fosse de maneira correta, considerando que o governo federal é o maior parceiro financeiro, sem dúvida haveria um “salto” de qualidade na vida de todos, e conseqüentemente, veracidade na mídia exposta.

Sempre que um governo é cobrado por suas responsabilidades a resposta é a de que foram e estão  investindo  milhões.  Alguns encontros organizados pela CGE, CGU dos quais participei do “Programa de Educação Fiscal para a Cidadania”, na oportunidade foram citados os valores que são repassados para os estados e municípios que embora sejam altos, os índices de melhoria nem sempre são alcançados.

Isso demonstra que a qualidade do projeto não esta relacionado ao valor do investimento aplicado.  Na Secretaria de Saúde no Programa “Saúde é Vida” os valores investidos são de milhões, nesse programa o governo promete melhorar a saúde pública entregando 72 hospitais até o final de seu mandato. 

Visto isso, questiono: De que maneira os avanços estão sendo apresentados se a entrega dos 72 hospitais” inclinando” os altos recursos a serem repassados, até o momento não foi concluída?  Ressalto que as obras já entregues “nada” se assemelham às vantagens arrotadas pelo governo. Alerto que as eleições se aproximam, e claro, as chamadas midiáticas seguem de maneira voraz.

Neste sentido, segue a secretaria de segurança onde a situação é mais grave, os últimos fatos falam por si. O Estado tem o menor índice de policias por habitantes, o que dificulta mais ainda a elaboração de proposta concreta. 

Segundo o secretário a “onda” de ataques que ocorreu na cidade e que, vitimou um policial em pleno espaço de trabalho e o mais recente com atos de barbárie que lamentavelmente uma criança de seis anos veio a falecer e outros feridos, foram decorrentes a ações de desestruturação de quadrilhas por parte da polícia. Sei que esses grupos funcionam como uma “empresa” qualquer tentativa de eliminação a reação é violenta. É uma situação de causa e efeito. Já que houve uma ação “eficaz” para o combate a esses grupos, faltou planejamento por parte da secretaria para a ação de represarias que esses grupos poderiam cometer. 

Com toda estrutura eletrônica o governo segue com sua propaganda mostrando dados de que o Maranhão vai muito bem obrigado. Lendo reportagem das mídias a nível nacional não me surpreendeu como o site veja.com apresenta dados contrários em relação ao Maranhão “O Estado é o penúltimo no ranking do IDH. menor renda per capita do país com apenas R$ 348,00. A maioria dos municípios não tem rede de esgoto. Segundo o IBGE, 20,8% dos maranhenses são analfabetos”. Assim, seguem alguns índices que desconstroem toda mídia governamental.

Diante desse quadro há de se pensar que estamos vivendo em dois Maranhões, O Maranhão midiático do grupo que governa a mais de     40 anos, cujo líder principal foi eleito com discurso de modernizar o Estado que diante de vários governos (Militar, FHC, Lula e Dilma) consegue se estruturar e se fortalecer a custa de benefícios e acordos com governos federais, conhecida como a mais velha oligarquia do Brasil que há tanto tempo no poder e por não ter se renovado “sofre” com o desgaste pela maneira de governar, criando barreiras e dificultando o crescimento econômico, social do Estado. E o “verdadeiro” Maranhão que resiste prevalecendo seu povo, sua cultura, riquezas naturais e história.

Assim, por que não recordarmos a Balaiada movimento de cunho popular com os menos favorecidos, contra a opressão dos poderosos; A luta contra os ricos e a autoridade corrupta?

Esse é o nosso Maranhão que não se entrega.

Avante Maranhão!


Nogueira Júnior é bacharel em História (UFMA), especialista em história do Maranhão (UEMA) e técnico em lazer (IFMA)*

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Um breve relato da história oligárquica do MA

Sarney na ilha de Curupu-Raposa, MA

Por Welliton Resende

A palavra grega oligarquia significa governo de poucas pessoas, de uma classe ou de uma família. Caracteriza-se, ainda, pelo uso da máquina pública e da fraude eleitoral, como formas de propiciar a manutenção do poder. Neste diapasão, o poder oligárquico se serve do clientelismo. 

Assim, utilizando-nos das lições dos mestres da História Maranhense: Mário Meireles e Benedito Buzar, conseguimos classificar o Maranhão como o estado que viveu sob a égide de três oligarquias comandas, respectivamente, por Benedito Leite, Vitorino Freire e José Sarney.

Benedito Leite, comandou o estado durante o início do período republicano no país até o ano 1909, quando falece em Hyères, na França. Segundo Meireles, “os governantes desse período eram postos por Benedito Leite".

O nosso segundo personagem, Vitorino Freire, iniciou o seu reinado em 1945, precisamente em 23 de março, dia em que tomou posse no governo do Estado o interventor Clodomir Serra e conforme Mário Meireles, “sob a chefia de Vitorino, a cujo lado muitos dos nossos homens públicos se haviam posto por motivo de seu prestígio pessoal junto ao candidato Eurico Dutra”.

Da análise dos eventos históricos, um fato nos salta aos olhos, as fraudes eleitorais que propiciavam o domínio de Vitorino Freire eram realizadas pelo pai de José Sarney, que era desembargador do Tribunal de Justiça, na época. Um outro aspecto chama atenção, é o fato de São Luís (MA) ter recebido o título de ilha rebelde após a greve de 1951, que foi realizada contra o governo de Vitorino.

A era Vitorinista perdurou até 1965, quando entra em voga o nosso próximo monarca: Sarney, que toma posse em 1966 no Governo do Estado.

A era Sarney iniciou-se em 1965, no entanto, o crescimento do seu nome começou na eleição de 1960 com a ascensão de Newton de Barros Belo, eleito governador pelo PSD-PTB-UDN. Nesta época, Vitorino começa a perder prestígio junto ao governo de Jânio Quadros e cresce o de José Sarney. Assim, Sarney passa a ser o principal interlocutor entre Newton Belo e o Palácio do Planalto.

Em 1965, foi criada a Frente de Libertação do Maranhão (pasmem!) e Sarney venceu o pleito pela UDN com o apoio das esquerdas e dos militares. Iniciava-se, assim, o ciclo de 40 anos que todos nós conhecemos:
1965-José Sarney
1970-Pedro Neiva
1974-Nunes Freire
1978-João Castelo
1982-Luís Rocha
1986-Epitácio Cafeteira
1990-Edson Lobão
1994-Roseana Sarney
1998-Roseana Sarney
2002-José Reinaldo
2006-Jackson Lago
2010-Roseana Sarney

Diante do breve relato,  nos parece que a sociedade maranhense está acostumada com  a situação, ou não consegue viver   sem a dominância de governos oligárquicos. Uma pergunta que teima em vir à tona: O Maranhão sabe viver sem uma oligarquia?