Por Welliton Resende
Pessoas que se sentem inseguras, têm medo de solidão, se assustam com sua própria fragilidade, são pessoas vulneráveis à tentação de se entregar a uma crença monolítica (líderes religiosos ou políticos mal intencionados) e ao movimento coletivo que pode vir a ser o portador material da fé (igrejas ou partidos).
E essas pessoas, conforme Freud, anseiam por um pai, isto é, por uma autoridade “que possa ser admirada, perante quem nos curvemos, por quem sejamos dirigidos e, talvez, até maltratados. O que a multidão exige do seus heróis é a força, ou mesmo a violência” (Freud, 1996, p. 123).
Em qualquer comunidade, podem surgir e podem se desenvolver tendências fanáticas. O fanatismo está umbilicalmente ligado a intolerância que pode ser racial, sexual, religiosa ou social.
Mas o que caracteriza o fanatismo? É justamente a intolerância drástica em relação aos que não partilham da sua crença; é a repugnância incontrolável diante de um interlocutor considerado ilegítimo (de tal modo que o diálogo se torna impossível).
Um sujeito fanático é aquele que troca a sua liberdade de reflexão crítica pela adesão total a um fé cega. O fluxo das ideias em um fanático é o seguinte: a informação entra pelos olhos e ouvidos e sai pela boca, não passa pelo processamento no cérebro.
É uma visão simplista, mas que demonstra o abandono total do senso e da reflexão críticos.
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