Assistencialismo e apadrinhamento |
Por Welliton Resende
Para a maior parte dos prefeitos ( e prefeitas) corruptos é muito mais vantajoso por em prática o assistencialismo que efetivamente aplicar os recursos públicos em prol de políticas públicas que sejam transformadoras da realidade local.
Esta prática, que vem desde o período colonial, consiste na ação de pessoas, organizações governamentais e entidades junto às camadas sociais menos favorecidas, marginalizadas e carentes, caracterizada pela ajuda momentânea, filantrópica, pontual (doações de alimentos e medicamentos, por exemplo).
O grande problema do assistencialismo é que ele não é capaz de transformar a realidade social das comunidades mais pobres, pois atende apenas às necessidades individuais e a ajuda é feita por meio de doações.
Além disso, é muito mais "barato" dar à população material de construção, pagar suas contas de água e luz ou, até mesmo, doar remédios aos doentes. Isto caro leitor, custa muito menos que construir escolas, hospitais ou mesmo dotar o município de infraestrura urbana. No entanto, o abandono secular das populações continua.
O assistencialismo, ao contrário do que se costuma imaginar, causa a conservação da situação de carência das camadas marginalizadas, visto que, por ser uma prática de doação, é um ótimo meio de construção de uma imagem favorável dos doadores. Resumindo, o prefeito(a) vai sempre posar de "bonzinho" e cair nas graças da população.
No Sistema Federativo Brasileiro os municípios foram criados para atender a todos os habitantes da base territorial-geográfica indistintamente; e não apenas aqueles que, de uma forma ou outra, conseguem levar alguma vantagem devido ao grau de parentesco, coleguismo ou outra forma de afinidade.
O prefeito (ou prefeita) que pratica o assistencialismo e o apadrinhamento está cometendo não só um crime contra a legislação, mas, principalmente, contra todo o conjunto da sociedade que confiou em suas propostas e o elegeu.
Eu vejo também que a mais nova modalidade são os shows patrocinados escancaradamente com dinheiro publico e ainda, o investimento em projetos esportivos mascarados de sociais (construção de gigantescos estádios de futebol). No passado eu ouvia a frase: "O POVO PRECISA DE PÃO E CIRCO" e não entendia muito, achava até inteligente, e é, mas, ao analisá-la melhor, vejo um fundo de maldade no assunto.
ResponderExcluirSegundo consta, essa frase foi dita na Roma Antiga, pelo Imperador Romano Vespasiano para justificar a construção do Grande Coliseu, que se fazia necessária para atender à grande demanda de público , "uma vez que escravidão na zona rural fez com que vários camponeses perdessem o emprego e migrassem para a cidade. O crescimento urbano acabou gerando problemas sociais e o imperador, com medo que a população se revoltasse com a falta de emprego e exigisse melhores condições de vida, acabou criando a política “panem et circenses”, a política do pão e circo". Este método era muito simples: todos os dias havia lutas de gladiadores nos estádio e durante os eventos eram distribuídos alimentos (trigo, pão).