O diabo não veste prada, passou em um concurso público



SERVIDOR PÚBLICO SEMPRE DIABOLIZADO

 
Cerna do filme "O diabo veste prada"



A grande imprensa trombeteou, na noite passada,  os dados do relatório do sinistro Banco Mundial com a sua "análise" para o Brasil retomar o caminho do crescimento econômico. 

Nenhuma novidade, pois é a mesma receita da FIESP, FMI, CNI, Rede Globo..., que é cortar a previdência social de milhões de trabalhadores e servidores públicos. Aliás, essa é a retórica assumida pelos sucessivos governos brasileiros desde os anos 90, data da fatídica dominação do neoliberalismo no pensamento político, econômico e social.

Para mascarar a real intenção, colocam todos os servidores públicos como um bando de privilegiados. Esse discurso tem o condão de excluir a possibilidade de uma opinião contrária. A ideia é impossibilitar entidades de servidores a se manifestar publicamente nas mídias sociais de massa. A exclusão do discurso contrário é uma medida totalitária e historicamente utilizada neste país tropical.

Sempre diabolizado, o servidor público é visto modernamente como o principal entrave ao desenvolvimento do país. Sem as reformas é impossível crescer. Mas crescer para onde?!! Com a flexibilização das leis trabalhistas, em breve,  os nossos trabalhadores estarão no mesmo patamar de um chinês.

Esta é a lógica de um país completamente entregue ao reacionarismo do capital financeiro internacional. O que vale aqui é pagar os investidores da dívida pública. O resto é...bom, o resto é o resto mesmo.

Caro leitor, as aposentadorias representam a função redistributiva do governo e fazem parte de um pacote de justiça social conseguido a duras penas nas lutas dos movimentos sociais nos 80. Para inscrever os direitos da seguridade social (saúde, previdência e assistência) na Constituição Federal de 1988 houve muita dor e ranger de dentes.

É simplório o raciocínio, os valores pagos aos aposentados são reinvestidos (reciclados) na economia brasileira. Não conheço nenhum servidor público honesto que tenha sobras para enviar aos paraísos fiscais.

O dinheiro público que vai para o exterior e fomenta a corrupção é exatamente o destinado ao agronegócio e aos megainvestimentos. As aposentadorias ficam inteiramente aqui e geram emprego e renda para milhões de trabalhadores brasileiros.

Essa é a montanha desafiadora para todos aqueles que têm compromisso com a igualdade e a justiça social no Brasil. Lutemos pela garantia das nossas conquistas históricas.

Por Welliton Resende

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