O perigo do 'Papagaio de IA': Estamos perdendo nossa capacidade de pensar?

⁠"Papagaio de IA" é o usuário que se limita a reproduzir conteúdo da IA, revelando ausência de conhecimento genuíno (Welliton Resende)
Observo com crescente preocupação o uso excessivo de Inteligência Artificial (IA) por meus alunos. Permitam-me explicar: ao propor trabalhos acadêmicos, noto que as respostas são frequentemente provenientes de pesquisas diretas na IA, resultando em textos colados e desprovidos de reflexão. 

Ao tentar promover debates sobre o conteúdo apresentado, meus alunos demonstram dificuldade em articular ideias conexas, repetindo informações como "papagaios de IA". Recentemente, uma aluna de pós-graduação, analista de contas, revelou que a IA é responsável pela elaboração de todos os seus relatórios. Ela insere os dados, e a IA os analisa e gera o relatório final. Isso levanta uma questão crucial: o uso constante da IA torna o indivíduo mais inteligente ou o torna dependente? A leitura de livros físicos, uma prática que recomendo fortemente aos meus alunos, tem se tornado rara na Geração Z. Essa prática, no entanto, pode ser um antídoto contra a atrofia cognitiva induzida pela era da IA. 

A leitura de um livro físico estimula processos cognitivos mais profundos e engajadores do que a simples absorção de informações rápidas e superficiais, que podem conter erros graves. No campo do Direito, por exemplo, a IA demonstra falhas notáveis em suas respostas. Convido vocês a realizarem testes simples para comprovar essa afirmação. Não se iludam: o cérebro humano busca eficiência energética para sobreviver. Se ele perceber que a IA pode automatizar todas as tarefas, a dependência será inevitável.

Comentários

Postar um comentário

Participe, comente e concorra a um livro autografado pelo prof. WR.

Postagens mais visitadas deste blog

Direito Administrativo para concursos: Extinção do ato administrativo

A arrecadação de outubro está ruim professor, o que a prefeitura deve fazer?

O que fará Datena?