Teoria da relatividade aplicada à gestão pública? Endoidou de vez professor!!!

Por Welliton Resende*

Em 1905 o físico Albert Einstein (1879 a 1955) apresentou a sua famosa Teoria da Relatividade. Em linhas gerais, essa teoria diz que espaço e tempo interagem. E que o tempo é uma grandeza que só pode ser freado ou acelerado, ou seja, é completamente impossível máquinas do tempo que poderiam fazer a gente voltar ao passado.

O surpreendente é que o físico alemão demonstrou matematicamente que o movimento pode fazer com que o tempo seja freado ou acelerado. Quanto mais movimento, menor a passagem do tempo e vice-versa. O mais brilhante é a constatação de que à velocidade da luz (1,08 bilhão de km/h) o tempo para. 

O leitor incrédulo perguntaria: “Beleza. Mas qual a comprovação de que Einstein estava correto?” o GPS é um instrumento que depende de 24 satélites ao redor da Terra para determinar corretamente a posição de um objeto no planeta. Sem ele, aplicativos como Uber ficariam perdidinhos para localizar endereços. Se não fosse a relatividade, todas as medidas estariam erradas porque a velocidade dos satélites é de aproximadamente 14 mil km/h. 
O leitor está pensando: “até aí eu entendi, mas o que tem a ver a gravata com o pescoço?” É simples, o tempo desacelera com o movimento. Em minha pesquisa pude constatar que a expectativa de vida dos atletas de alto nível dos Estados Unidos é maior que a da população em geral.  Isso pode comprovar que para eles o tempo passa muito mais devagar por conta do constante movimento, conforme a Teoria da Relatividade.

No campo da administração pública, pode-se inferir que o gestor atuante e zeloso com as políticas públicas, que esteja sempre mobilizando seus controles internos e fortalecendo a transparência pública e o fomento ao controle social terá um mandato muito mais longínquo. Por outro lado, o gestor que vai na contramão, ou seja, que promove a má gestão dos recursos públicos, também acelera a redução da sua vida pública. 

Nunca é demais lembrar que o gestor público atua principalmente em organizações públicas municipais, estaduais ou federais, sendo responsável pela “profissionalização” da atividade. Em outras palavras, o gestor público utiliza práticas e ferramentas de gestão tradicional para assegurar o funcionamento adequado das organizações. Portanto, queridos leitores, trabalho é ação e ação é movimento. Pensar fora da caixinha e se desprender do plano cartesiano não custa nada.

*Resende é auditor federal de finanças e controle da CGU e professor de Gestão Pública. Instagram: @prof.wellitonresende

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