Os dilemas de um planeta superpovoado


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Começamos fazendo uma analogia biológica: consideramos a sociedade humana um organismo vivo, complexo e multifacetado que, como todo ser vivo, retira energia e matéria de alta qualidade de seu meio externo – o meio-ambiente –, as emprega para se manter, crescer, evoluir, e as devolve a esse meio externo degradados, na forma de energia dissipada, resíduos e dejetos – ou seja, de poluição.

Desde o momento em que, nos primórdios dos tempos, o homem  se organizou em sociedade, esse fluxo de matéria e energia está na base do funcionamento da economia humana – semelhantemente, aliás, ao que acontece com todo o ser vivo. O crescimento da população implica em acentuada expansão na demanda de alimentos, combustíveis e outros bens e serviços, resultando em substancial pressão sobre o meio ambiente.

Com efeito, em países densamente povoados o aumento na demanda por alimentos geralmente conduz à adoção de processos de ocupação, abertura e uso descontrolados de terras, com cultivos de zonas inadequadas (encostas de montanha, ecossistemas frágeis), resultando em crescente degradação de solos, perda de fertilidade, erosão e, no limite, em desertificação.

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