Governo republicano ou patrimonialista, eis o dilema shakesperiano


“Digam a povo brasileiro que a República está feita”-Marechal Deodoro da Fonseca, em 15 de novembro de 1889.


Res publica é uma expressão latina que significa literalmente "coisa do povo", "coisa pública". É a origem da palavra república. O termo normalmente se refere a uma coisa que não é considerada propriedade privada, mas sim mantida em conjunto por muitas pessoas, que é a esfera pública. Por outro lado, o termo patrimonialismo pode ser definido como uma concepção de poder em que as esferas pública e privada confundem-se e, muitas vezes, tornam-se quase indistintas.
No Brasil, o passado colonial-imperial, a subsequente república dos coronéis e depois os líderes populistas levaram ao desenvolvimento de uma cultura política em nossa sociedade  em que se observa uma "naturalização" das relações sociais entre os cidadãos e o Estado, ou seja, a relação de dominação expressa em termos de clientelismo e paternalismo.

Aristóteles, em sua magna obra A Política diz que Independente da forma, o governo precisa ser regido pela ética. Deve-se unir à sua administração a coerência de vida daqueles que a governam. Não está em jogo apenas a vida pública do político no que se refere à boa condução de seu governo, mas sim o seu caráter.

Um político vicioso não pode, absolutamente, integrar o governo, da mesma forma como a corrupção não pode tornar-se algo natural aos olhos da sociedade. Deve-se exigir do político atos de virtude que tornem sua vida apta a satisfazer as condições requeridas de um governante. Conforme Aristóteles (2009), um indivíduo que não possuísse coragem, sabedoria, inteligência ou sentimentos da justiça, e se entregasse aos excessos deveriam ser descartados de qualquer possibilidade política.

Então, caros seguidores, vivemos hoje sob a égide de um governo republicano ou patrimonialista?

WResende


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