Resenha do livro de Manuel Castells (2011)
Por Welliton Resende
Por Welliton Resende
A crise financeira internacional que explodiu no final de 2008 deixou a economia mundial em queda livre e foi resultado da combinação de 6 fatores:
1)a transformação tecnológica do mundo financeiro que serviu de base para a formação de um mercado global em torno de redes de informáticas globais, e equipou as instituições financeiras com capacidade para analisar modelos matemáticos. Supunha-se que esse modelos fossem capaz de gerir a complexidade do sistema e operar em mercados globais interdependentes por meio de transações eletrônicas efetuadas a uma velocidade vertiginosa; (se deu crédito demais aos programas informática)
2)liberalização e desregulamentação das instituições e mercados financeiros, permitindo um fluxo quase livre de capital em todo o mundo e assoberbando a capacidade regulatória das instituições nacionais;
3)a securitização (transferir um direito para outrem) de toda a organização, atividade ou ativo econômico, tornando a avaliação financeira o critério mais importante para a estimação do valor das empresas, governos e até mesmo de economias como um todo; (observância de um critério único)
4)o desequilíbrio entre acúmulo de capital em países em vias de industrialização, como a China e os países da OPEP, e o capital tomado emprestado pela economias mais ricas, como os EUA. Isso acarretou uma onda de empréstimos de risco a uma multidão de consumidores acostumados a viver no limiar na dívida, expondo os provedores de empréstimos a um risco muito superior às suas capacidades financeiras;
5)a crise das hipotecas que começou em 2007 nos EUA após a explosão da bolha do mercado imobiliário reverberou por todo o sistema financeiro global; e,
6)a carência de supervisão adequadas nas transações com valores mobiliários e nas práticas financeiras possibilitou que corretores ousados inflassem a economia e suas bonificações pessoais por meio de práticas de empréstimo cada vez mais arriscados.
O paradoxo é que a crise foi fermentada nos caldeirões da nova economia.
Em relação à crise das hipotecas, ninguém podia fazer muita coisa a respeito porque o mercado financeiro global havia fugido do controle de qualquer investidor, governo ou agência reguladora e havia se tornado um "autômato global" que impõe sua lógica à economia e à sociedade em geral, inclusive aos seus próprios credores.
Destarte, o nível de remuneração para a maioria dos trabalhadores não acompanhou o aumento da produtividade e do lucro, aos mesmo tempo em que a provisão de serviços sociais, em especial de saúde, foi dificultada pelo aumento desenfreado dos custos de assistência médica e pela limitação dos benefícios no setor privado.
O empreendedorismo e a inovação aumentaram o número de trabalhadores autônomos e essa transformação foi resultado da mudança tecnológica, ambiente institucional e evolução das relações entre capital e trabalho. A estrutura ocupacional das nossas sociedades foi transformada pelas novas tecnologias.
A revolução nas tecnologias de comunicação se intensificou nos últimos anos e como a comunicação consciente é a característica que distingue os humanos, é evidente que nessa área a sociedade sofreu uma modificação mais profunda.
O navegador World Wide Web (WWW) projetado por Tim Bernes Lee em 1990 difundiu as redes sociais que passaram a ser demandadas fortemente para o crescimento das organizações. Assim, tanto o mundo empresarial quanto o público em geral criaram suas próprias redes.
A jornada de trabalho definia o tempo da vida. Com o capitalismo o tempo virou dinheiro à medida que a taxa de giro do capital se tornou uma forma importantíssima de obtenção de lucro. Quanto mais rápido você conseguisse obter seu retorno e reinvestisse o capital, maior seria o lucro.
As redes se tornaram a forma organizacional predominante de todos os campos de atividade humana e fez com que a globalização de intensificasse.
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