A roleta global do Regime do Dólar-Wall Street (DWSR)
Peter Gowan (1946-2009) |
Por meio da senhoriagem os Estados Unidos fazem oscilar o preço do dólar internacionalmente para um lado e para outro. Além disso, Wall Street pressiona para:
- remover barreiras ao livre fluxo dos recursos em ambas as direções;
-para dar direitos plenos aos seus operadores de negociar nos sistemas financeiros e nas economias de países-alvo; e
-para reformular os sistemas financeiros dos países-alvo com vistas a se adaptarem às estratégias comerciais dos seus operadores e clientes americanos.
- remover barreiras ao livre fluxo dos recursos em ambas as direções;
-para dar direitos plenos aos seus operadores de negociar nos sistemas financeiros e nas economias de países-alvo; e
-para reformular os sistemas financeiros dos países-alvo com vistas a se adaptarem às estratégias comerciais dos seus operadores e clientes americanos.
Com a vantagem competitiva da quase falta de regulamentação, iniciou-se um processo corrosivo para enfraquecer a regulamentação dos operadores financeiros de outros países (Tóquio, Frankfurt, Zurique, Paris, Hong Kong e Cingapura). Praticamente não há oposição a esta ordem, os Estados Unidos, inclusive, obrigam o G7 ( grupo dos 7 países mais ricos do mundo) a rezar pela sua cartilha.
As súbitas oscilações do dólar produzem tsunamis nas balanças comerciais e nos termos de comércio dos países. Desse modo, os governos nacionais têm apenas dois caminhos:
-utilizar os empréstimos de Wall Street como uma proteção; ou,
- se empenhar em um ajuste macroeconômico interno (ajustes fiscal brasileiro, por exemplo). É óbvio que a última opção vai ser derivativa da força sociopolítica interna do governo.
-utilizar os empréstimos de Wall Street como uma proteção; ou,
- se empenhar em um ajuste macroeconômico interno (ajustes fiscal brasileiro, por exemplo). É óbvio que a última opção vai ser derivativa da força sociopolítica interna do governo.
Nesse Regime de Dólar de Wall Street (DWSR), o papel do FMI é o de assegurar que o país tomador de empréstimo faça ajustes internos de modo a manter os serviços de sua dívida em dia. Pela intervenção do FMI/Banco Mundial, o país em crise torna-se mais tarde capaz de reintegrar ao DWSR, mas dessa vez com grandes problemas de serviço da dívida e geralmente com uma estrutura financeira enfraquecida.
Para piorar, o ambiente externo é tão propositadamente volátil e o país em questão tem mais probabilidade de se deparar com uma nova crise financeira em um futuro não muito distante.
O paradoxo de DWSR é o fato de que essas crises financeiras não enfraquecem o regime: na verdade o fortalece. Isso ocorre por 4 fatores:
1-Nas crises os recursos tendem a se deslocar das mãos dos detentores de riqueza do setor privado no país envolvido para Wall Street e isso o fortalece;
2-Para pagar suas dívidas, agora mais elevadas, o país tomador deve exportar para a área do dólar de modo a encontrar os recursos para o serviço da dívida;
3-Os riscos enfrentados pelos operadores financeiros dos Estados Unidos são inteiramente cobertos pelo FMI;
4-O enfraquecimento dos países do sul (periféricos, tomadores) fortalece o poder de barganha das instituições de crédito de Wall Strett sobre como determinar futuros financiamentos.
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