Órgãos da Rede de Controle preparam ações contra gestores não transparentes
Nos meses de outubro a dezembro, a CGU
Regional/MA coordenou um trabalho de levantamento sobre o funcionamento dos
portais da transparência e do acesso à informação nas 217 cidades do estado. O trabalho contou ainda com a participação de auditores do Tribunal de Contas do Estado e do Ministério Público.
Os levantamentos foram apresentados em uma
Nota Técnica ao presidente do TCE-MA, conselheiro Jorge Pavão, à
procuradora-geral de Justiça, Regina Lúcia de Almeida Rocha, e ao secretário de
Estado de Transparência e Controle, Rodrigo Lago.
Moreira (CGU) entrega o resultados das avaliações ao TCE |
Como desdobramento, o presidente do TCE
determinou ao setor competente que faça constar, a título de informação,
nas certidões emitidas pela corte de contas para a celebração de
convênios, entre outros, o descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal
(LRF) relativo à transparência.
Punições ao município "opaco"
A falta de alimentação dos portais da
transparência enseja na proibição aos municípios de receber transferências
estaduais ou federais, voluntárias e legais. Por sua vez, a falta
de regulamentação do acesso à informação em âmbito municipal e
a inexistência de Serviços de Informação ao Cidadão (SIC´s) constitui
crime de responsabilidade do agente público.
“Entendemos que a inclusão do quesito
transparência dos municípios nas certidões emitidas pelo tribunal será
mais uma ferramenta em favor da sociedade, que anseia pela boa destinação dos
recursos públicos e tem o direito de estar bem informada sobre como estão
sendo aplicadas essas verbas pelos gestores municipais”, pontua Jorge
Pavão.
Os resultados
O levantamento minucioso, realizado nas 217
cidades maranhenses em atenção aos artigos 48, 48-A e 73-B da LRF,
constatou que 180 municípios, ou 82% do total, não cumprem os requisitos
previstos e alimentam os seus portais da transparência na forma da
legislação. Nesse sentido, considerando se tratar de informações oriundas
de fiscalizações de órgãos integrantes da rede de controle, o
TCE também fará a inclusão, a partir de agora, desses municípios
nas matrizes de risco para fiscalização e auditoria.
O que vai mudar após a divulgação do ranking da transparência no Maranhão?
Na decisão do TCE/MA, consta ainda que se oficie
a secretaria de Estado da Transparência e a Casa Civil do Governo do
Estado sobre o resultado da apuração, para que sejam adotadas as
medidas cabíveis no que diz respeito ao repasse de
transferências voluntárias e legais, bem como o Ministério Público
Estadual, para que adote as medidas pertinentes na sua esfera de
competência.
De acordo com Francisco Alves Moreira,
chefe da CGU no Maranhão, “A avaliação dos portais e do acesso à informação na
totalidade dos municípios foi um grande passo para alavancar definitivamente a
transparência no estado”.
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