"Laranjas" deitam e rolam no Maranhão


Por Welliton Resende

Em uma viagem à Maceió, capital do Estado de Alagoas, o guia turístico responsável pelo city tour nos levava até uma praia quando, de repente, nos mostrou a casa do ex-tesoureiro da campanha de Fernando Collor de Mello, Paulo César Farias.

PC farias, como ficou nacionalmente conhecido, com a liderança de Collor nas pesquisas para a eleição presidencial de 1988, conseguiu levantar muito dinheiro para a campanha eleitoral. Tal como ocorre hoje, aplicou uma parte e ficou com o restante.

Para não dar mancada PC pulverizou o dinheiro nas contas de "laranjas", que são pessoas que emprestam o nome para que outros coloquem bens desviados em seus nomes. Assim, ficam com as contas limpas e depois, quando as coisas esfriarem, pedem os bens de volta. Em suma, PC não poderia surgir com a dinheirama toda em sua conta, pois isso chamaria muita atenção.

Algum tempo depois, PC fugiu do Brasil até ser preso em Londres pela Interpol (polícia internacional). Por aqui, começou a cobrar o dinheiro dos "laranjas" e acabou sendo morto por eles em um plano mirabolante.

O caso chocou o país e contou até com a desmoralização do perito criminal Badan Palhares que fora formalmente acusado de "vender" laudos e com isso sustentar a tese de crime passional. Segundo Badan, PC teria sido assassinado pela namorada, Suzana Marcolino, que em seguida teria cometido suicídio.

De qualquer forma aqui vai o aviso: jamais seja "laranja" de quem quer que seja. Infelizmente, esta prática é corriqueira no interior do Maranhão e prefeitos e prefeitas que desviam recursos públicos municipais se utilizam desta estratégia costumeiramente.

Uma prática nefasta que torna o nosso estado um dos mais pobres do Brasil. Refaço a última frase, o Maranhão não é pobre, é sistematicamente empobrecido. E os "laranjas" contribuem enormemente para isso.

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