quinta-feira, 6 de setembro de 2012

A quem interessa o imobilismo da sociedade?

Por Gleydson Diniz*

Somos todos incentivadores do próximo, expomos nossas idéias e sonhamos ser interlocutores de um país melhor, de ações mais benéficas para a sociedade, mas na hora de agir, depositamos sempre nossas esperanças... no outro.

Por alguns motivos, creio:

1 - A burocracia e engessamento que se cria para conseguir mobilizar algo

Quando uma pessoa começa a incomodar a opinião pública com algo que necessita ser mudado, às vezes ela consegue incendiar mais alguns para compartilharem do ato, mas passado algum tempo, em sua maioria mínimo, os demais abandonam a causa.

2 - O medo de represália

Como vimos em diversas denúncias de licitações nos últimos anos, o delator das supostas fraudes, em todas elas foi afastado, teve sua carreira prejudicada, sofreu ameaças. E neste ponto, a sociedade divulgou os fatos, mas as apurações e consequencias não trouxeram os resultados que o corpo social imaginava, e muito menos criou meios de preservação daquele que lutou pelas melhorias no sistema.

3 - O mal uso das ferramentas

Quando a sociedade dispõe de ferramentas para controle, muitas vezes desconhece a sua existência, e quando as conhece, por interesses pessoais, as utiliza de maneira indevida ou imprópria, visando apenas tirar proveito pessoal e não social. Faltam ações de conscientização sobre a real necessidade da ferramenta e o seu impacto no corpo social.


4 - A reviravolta política

Ficha limpa, movimento das donas de Casa, decisões do procon, parecer da OAB, posicionamento sindical, pesquisa regional. Por melhores que sejam as decisões que se tomam nessas diversas frentes, e que visem realmente melhorar a sociedade, visando produzir frutos e gerar benefícios, independente da classe social ou região, há sempre a possibilidade, e que frequentemente ocorre, de serem criadas leis ou emendas que tratem do assunto da pior maneira possível, com diversas brechas para dificultar ou até mesmo impedir o controle social.

*Gleydson Diniz é aluno do curso de EaD de controle social da CGU


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